📚 Apresentamos uma excelente Proposta de Atividade de História sobre o Racismo para os estudantes dos anos finais. O racismo é uma realidade histórica e social que marcou diferentes períodos e ainda está presente em nossa sociedade. Conheça, baixe e leve este material incrível de pronta aplicação para sua sala de aula!
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RACISMO NO BRASIL ATUAL
O racismo é um tema que está sempre está presente nos diálogos do povo brasileiro. Enquanto alguns afirmam que ele não existe mais em nossa sociedade, não é difícil encontrar manchetes de jornais que mostram o contrário. A manchete acima não é um acontecimento real, mas sim uma cena do remake de uma novela exibida nos anos 1980.
O fato de os fãs exaltarem a cena da novela está ligada a uma nova visão da sociedade brasileira, na qual o racismo não deve mais envergonhar a vítima, mas sim o agressor. Evidentemente, a violência não é a melhor resposta para a prática racista; pelo contrário, pode até mesmo caracterizar uma agressão, fazendo com que passe de criminoso a vítima, e à vítima seja vista como agressora.
Desde 1989, o racismo é considerado crime no Brasil, por meio da lei 7.716 (A Lei Caó). Porém, é necessário compreender que se faz indispensável uma política constante de combate às práticas racistas, afinal, a ideia de que o negro era inferior foi incutida no pensamento e na moral do brasileiro por mais de 350 anos. Em 1530, foi registrada a chegada dos primeiros africanos escravizados ao Brasil, e a Lei Aurea só foi sancionada em 1888. Se contabilizarmos, o negro no Brasil viveu mais escravizado do que livre. Da assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel até o ano de 2025, passaram-se 137 anos, menos da metade do período de escravização. Esse período deixou, além das dores da escravização, várias feridas que demorarão a cicatrizar, principalmente no que se refere aos diretos dos descendentes dos negros escravizados. Na prática, à época da abolição, o governo brasileiro não elaborou políticas de inserção do negro liberto na sociedade. Simplesmente saíram das senzalas apenas com a roupa do corpo, sem acesso à moradia, à educação ou a um trabalho digno.
Em 1888, enquanto a população branca, aos trancos e barrancos, já se desenvolvia em solo brasileiro desde 1500, a população negra iniciava sua vida do zero: desacreditada, desrespeitada e ignorada pelo poder público. De acordo com o Censo do IBGE de 2022, a maioria da população brasileira se autodeclara parda ou preta, respectivamente (45,3% + 10,1% = 55,4%). Já 43,5% de autodeclaram brancos, 0,6% se indígenas e 0,4% amarelos. Esses dados não são novidade, mas são o chamado racismo estrutural.
O racismo estrutural é um conceito discutido por vários estudiosos. Segundo eles, essa forma de racismo consiste em um sistema de desigualdades raciais enraizado na sociedade, que perpetua os privilégios da população branca em detrimento da negação de direitos às pessoas pardas e negras. Ou seja, como esperar que a população negra chegue à universidade se não lhes forem garantidos educação de qualidade, condições dignas de moradia e trabalho, entre outros aspectos? Esse fato fica explícito no gráfico abaixo, que mostra o número de estudantes universitários de acordo com a etnia. Mesmo com o aumento, é gritante a discrepância entre o número de alunos negros, pardos e indígenas em comparação com os brancos.
Equidade e Justiça Social no Brasil
Essa tendência se repete também nos dados relacionados ao desemprego, ao saneamento básico, ao analfabetismo, entre outros. A população negra aparece constantemente como a principal vítima das injustiças sociais. Para mudar essa realidade, é essencial a adoção de políticas públicas que favoreçam a população negra, afim de reverter o atraso de séculos em relação à população branca. Não se trata de competição nem de retirada de direitos da população branca, mas da utilização de mecanismo de equidade, ou seja, dar mais a quem mais precisa. Nesse sentido, surgem políticas como a Lei de Cotas nas universidades, campanhas de combate ao racismo e o fortalecimento de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família.
O Racismo não deve ser ignorado
Apesar do fortalecimento dessas ações, a sociedade brasileira ainda reproduz práticas racistas veladas ou explícitas, muitas das vezes justificadas como “cultura”. Piadas depreciativas sobre a origem dos negros, suas características físicas e suas capacidades intelectuais devem ser combatidas e eliminadas do nosso convívio. Uma das frases mais famosas de Ângela Davis é bastante pertinente nesse contexto: “Numa sociedade racista, não basta não ser racista. É necessário ser antirracista.” As práticas antirracistas devem estar presentes nos mais diversos grupos sociais: na família, na escola, na igreja, na vizinhança, entre outros.
Refletindo
O racismo não deve ser ignorado. Não podemos fingir que ele não existe. Deve ser combatido, inclusive em nossas próprias ações. Precisamos ser antirracistas para que um dia possamos, de fato, extinguir essa prática do racismo de nossa sociedade. Para denunciar uma ação racista, não é necessário ser a vítima, basta ligar para o Disque 100 ou registrar um boletim de ocorrência online ou em qualquer delegacia.
Fonte: piaui.folha.uol.com.br / Instagram.com / agenciadenoticias.ibge / ge.globo.com
Texto reescrito e adaptado por Cássia Alves, Tudo Sala de Aula.
📝 Atividades
1. Na sua opinião, por que a atitude de uma mulher negra ao enfrentar os ataques racistas de uma personagem rica foi tão bem recebida pelo público brasileiro?
2. Você acredita que o racismo ainda existe na sociedade atual? Justifique sua resposta.
3. Por que a violência não é a melhor resposta à prática do racismo?
4. Em que ano o racismo passou a ser considerado crime no Brasil?
a) 1808.
b) 1889.
c) 1998.
d) 2014.
5. Com base no que foi estudado, assinale a alternativa correta.
a) O racismo desapareceu do Brasil desde a assinatura da Lei Áurea, em 1888.
b) A princesa Isabel criou a lei que tornou o racismo crime em janeiro de 1822.
c) O negro no Brasil viveu cerca de 350 anos como escravizado e apenas 137 como livre perante a lei.
d) Desde a chegada dos portugueses, o racismo é combatido pela justiça brasileira.
6. Como o governo brasileiro tratou a situação dos negros após a libertação de 1888?
a) Em 1889, criou uma série de programas para inserir o ex-escravizado na sociedade.
b) Estabeleceu diversas metas para combater o racismo e o desemprego.
c) Tentou convencer os negros a retornarem ao trabalho escravo nas fazendas.
d) Não criou nenhuma política de inserção dos negros libertos na sociedade.
7. Crie um gráfico (de colunas ou de setores) utilizando os dados apresentados abaixo do Censo do IBGE 2022 sobre a população brasileira.
8. Defina o termo “Racismo Estrutural”.
9. Quais situações do cotidiano evidenciam os privilégios que pessoas brancas têm em comparação com pessoas negras?
10. Analise os exemplos postados no Instagram @afroestima2, do mestrando em Antropologia Mauro Baracho e responda.
https://www.instagram.com/p/CMPgrNvJsBf
a) Em quais trechos contêm piadas que caracterizam racismo?
b) Explique por que esses tipos de comentários são racistas.
11. Quais são as formas de denunciar uma ação racista?
12. Observe a imagem para responder à questão.
No trecho “O que fizeram foi um crime”, ele está se referindo ao fato
a) de o atleta chorar no banco.
b) da revolta na entrevista.
c) de o torcedor imitar o macaco.
d) do palmeiras vencer a partida.
13. Analise as práticas descritas abaixo e classifique como antirracistas (1) e racista (2).
( ) Conhecer e valorizar da história da África.
( ) Pintar a pele com tinta preta e fazer palhaçada
( ) Debater as formas de racismo.
( ) Usar termos como Magia Negra e Inveja Branca.
( ) Não minimizar, nem criar desculpas para o racismo.
( ) Repensar os hábitos racistas em nós mesmos.
14. Para você, que políticas públicas podem ser implementadas no Brasil para combater o racismo?
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Planejamento para o professor
Objeto do conhecimento: O combate ao Racismo.
Objetivo da Aula: Promover a reflexão crítica sobre o racismo na sociedade, reconhecendo suas manifestações históricas e atuais, e estimular atitudes de respeito, valorização da diversidade cultural e combate a práticas discriminatórias no cotidiano escolar e social.
Habilidade da BNCC: (EF09HI36) Identificar e discutir as diversidades identitárias e seus significados históricos no início do século XXI, combatendo qualquer forma de preconceito e violência.
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Por Cássia Alves
Licenciada em História e especialista em Gestão Escolar, com extensão em Formação Cidadã e Transversalidade.
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