📜 Apresentamos uma excelente Atividade de História sobre a Independência da América Espanhola – 8º e 9º ano, elaborada para aprofundar a compreensão dos estudantes sobre os processos emancipatórios, seus líderes, causas, influências e consequências para a formação dos novos Estados latino-americanos. Conheça, baixe e aplique em sala de aula.
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COLÔNIAS DA AMÉRICA ESPANHOLA
O termo “América Espanhola” se refere às regiões do continente americano colonizadas pela Espanha. Esses territórios eram muito distintos entre si e separados por grandes distâncias. Para administrá-los, os espanhóis os dividiram em unidades menores, o que acabou contribuindo para que cada uma se emancipasse de forma independente, resultando na formação de vários países.

As colônias da Espanha eram: América do Sul (Colômbia, Bolívia, Chile, Peru, Venezuela, Equador, Paraguai, Argentina e Uruguai), América do Norte (México) e na América Central e Caribe (Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Cuba, República Dominicana e Porto Rico).
No século XVIII, as minas de prata da colônia foram se esgotando, reduzindo os lucros da Coroa. Para compensar os prejuízos, a metrópole aumentou impostos e intensificou a fiscalização do pacto colonial. Os chapetones eram os detentores dos cargos públicos e responsáveis por aplicar essas medidas, enquanto os criollos se sentiam cada vez mais prejudicados pelas imposições da Coroa Espanhola. Essas políticas também afetaram as camadas populares, especialmente os indígenas.
| CHAPETONES: ESPANHÓIS QUE VINHAM PARA A AMÉRICA. APENAS ELES OCUPAVAM OS ALTOS CARGOS ADMINISTRATIVOS. |
| CRIOLLOS: DESCENDENTES DE ESPANHÓIS NASCIDOS NA AMÉRICA. MUITO RICOS, MAS NÃO POSSUÍAM OS MESMOS PRIVILÉGIOS QUE OS CHAPETONES. |
FATORES EXTERNOS
O clima de tensão na colônia aumentou devido aos impostos, isso e outros fatores contribuíram para independência das colônias se concretizar. Em 1808, (mesmo ano da fuga da família real para o Brasil), Napoleão Bonaparte invadiu a Espanha e deu o governo a seu irmão José Bonaparte. A população espanhola não aceitava ser dominada e criou governos que não obedeciam às ordens francesas, em algumas regiões da Espanha e colônias na América.
Esses reinos autônomos começaram a comercializar fora das regras do pacto colonial, passando a ter relações comerciais com outros países, como a Inglaterra. A França não conseguia dominar as colônias devido à extensão e às guerras enfrentadas na Europa. Apesar da queda de Napoleão (1814) e da volta de um espanhol ao trono (rei Fernando VII), a Espanha não conseguiu recuperar o controle sobre as colônias da América. Essas colônias já haviam experimentado a autonomia e se recusavam a voltar a se submeter à Coroa Espanhola como antes. Dessa forma, os movimentos de independência cresciam ano a ano.
INDEPENDÊNCIA DAS COLONIAS DA AMÉRICA DO SUL

Em 1811, uma revolução considerada pacífica no Paraguai garantiu a independência do país em relação à Coroa Espanhola. Os militares Pedro Juan Caballero e Fulgêncio Yegros lideraram o movimento, retiraram o governo espanhol do poder e declararam a independência paraguaia. Os demais processos de independência das colônias espanholas da América do Sul foram marcados por várias grandes e sangrentas guerras. Nessa escalada da independência, dois nomes ficaram famosos: José San Martin e Simon Bolívar. San Martín foi um criollo nascido na Argentina que se destacou como comandante do exército na independência da Argentina, do Chile e do Peru. Simon Bolívar, nascido na Venezuela, atuou na independência da Venezuela, Peru, Colômbia, Panamá, Equador e Bolívia. Bolívar defendia que esses territórios se unissem em uma confederação que se chamaria Grã-Colômbia, mas não se concretizou. Em 1822, Bolívar e San Martin encontraram-se no atual Equador para discutir o futuro da independência do ex-território espanhol. Após o encontro, San Martin deixou a vida pública e Bolívar terminou o processo de independência do Peru.
INDEPENDÊNCIA DE CUBA
Cuba se tornou independente bem mais tarde, em 1898, após várias Guerras pela Independência. No total, foram três: a Guerra dos Dez Anos (1868-1878), a Pequena Guerra (1879-1880) e a Guerra Necessária (1895-1898). Essa última resultou na expulsão final dos espanhóis e na consolidação da independência. Nessas guerras, os cubanos receberam apoio dos EUA, eles defendiam a ideia de expulsão dos espanhóis da América, justificavam sua ação na Doutrina Monroe “América para os americanos”. Esse apoio, porém, estava longe de ser uma solidariedade entre vizinhos para que Cuba garantisse sua soberania. Após a independência, Cuba assinou a Emenda Platt, dando o direito aos EUA de arrendarem território cubano de acordo com seus interesses (até hoje Guantánamo pertence aos EUA) e permitindo que o governo estadunidense intervisse no país quando achasse necessário.
REVOLTA DE TUPAC AMARU E A INDEPENDÊNCIA DO PERU
As ações da coroa espanhola provocaram a insatisfação nos grupos menos privilegiados, que realizaram rebeliões contra o domínio espanhol. Uma revolta famosa desse período foi a de Tupac Amaru. Em 1780, no Peru, o indígena José Gabriel Condorcanqui se proclamou sucessor do último imperador inca e passou a se chamar Tupac Amaru II. Liderados por ele os indígenas, formaram um exército que defendia a restauração do Império Inca e o direito de viver conforme a cultura de seus antepassados. Após meses de batalhas, a revolta foi controlada pelos espanhóis e seus líderes foram executados.
Dentre outros fatores, aos resquícios do sufocamento dessa revolta fez com que o Peru fosse a última grande colônia da América do Sul a se tornar independente. O Peru era o principal centro do poderio espanhol na América do Sul. Nessa colônia, estavam localizados o Centro Administrativo e o Centro Militar Espanhol, o que contribuía para manter a população mais fiel à metrópole. Diferente dos criollos das outras colônias, que se ressentiam do poder dado aos chapetones, a elite peruana preferia manter-se ligada à Espanha. Além disso, era em Lima que ficavam os quartéis que combatiam ativamente os exércitos libertadores, tanto do sul (liderados por José de San Martín) quanto do norte (liderados por Simón Bolívar).
A independência do Peru só foi garantida após grandes confrontos militares. O maior deles ocorreu em 1824, nele, as forças espanholas foram vencidas pelas tropas do general Antônio José de Sucre, homem de confiança de Simon Bolívar. Bolívar não estava presente na última batalha, pois estava em Lima organizando as ações que sustentariam o governo após independência. Após a vitória, Bolívar permaneceu no Peru por um tempo, onde atuou como ditador do Peru até 1826, organizando a administração, a economia e escrevendo a nova Constituição. Após esse período, ele passou o poder aos líderes criollos e a República Peruana foi criada.
INDEPENDÊNCIA DO MÉXICO
O processo de independência do México foi um dos mais demorados e conturbados da América Espanhola. Em 1810, o Padre Miguel Hidalgo iniciou um movimento que defendia o fim da dominação europeia e a devolução das terras aos indígenas. Esse movimento teve grande apoio de indígenas e mestiços ganhando grandes proporções e durando cerca de 8 anos. Porém, em 1811, os espanhóis conseguiram reprimir a revolta, Padre Miguel foi excomungado e condenado à morte. No ano seguinte, o sacerdote José Maria Morelos organizou um novo levante e formalizou a independência.
As elites locais, no entanto, consideraram as pautas do movimento populares e radicais e, para preservar seus privilégios, decidiram fuzilar Morelos. Em 1820, as elites mexicanas voltaram a temer que reformas liberais fossem aplicadas e decidiram tomar a frente e organizar um processo de independência nos seus moldes. O responsável pela negociação foi o militar espanhol Agustín de Itúrbide, representando os interesses dos líderes coloniais, iniciou a implementação do Plano de Iguala. O plano trazia 3 garantias: catolicismo como a única fé, o México independente da Espanha e igualdade de direitos entre criollos e peninsulares (chapetones).
Após esse processo, Itúrbide se declarou imperador do México em 1822, como Augustín I. Ele não foi apoiado pelos mexicanos, que iniciaram uma revolução que o retirou do poder e o exilou em 1823, ele voltou ao México em 1824, foi capturado e morto. No mesmo ano, o país tornou-se uma república, seu primeiro presidente foi o líder dos revolucionários, o general Guadalupe Vitória.
Fonte: todamatéria.com / brasilescola.uol.com.br (Adaptado por TSA, Cássia Alves)
📚 Atividade
1. Defina o termo América Espanhola.
2. Cite alguns territórios que foram colônias da Espanha nas Américas.
3. O que gerava maior insatisfação econômica entre os colonos da América Espanhola?
4. Entre os grupos sociais abaixo, quais foram prejudicados pelas decisões da Coroa Espanhola?
a) Chapetones e criollos.
b) Criollos e indígenas.
c) Chapetones e espanhóis.
d) Criollos e espanhóis.
5. Qual das ex-colônias espanholas conquistou sua independência de maneira pacífica.
a) Peru.
b) Paraguai.
c) Cuba.
d) México.
6. Complete com SM (San Martín) ou SB (Simón Bolívar) os países que tiveram apoio em seu processo de independência.
( ) Colômbia
( ) Argentina
( ) Panamá
( ) Peru
( ) Venezuela
( ) Equador
( ) Bolívia
( ) Chile
7. Qual país apoiou Cuba na expulsão dos espanhóis de seu território?
a) Brasil.
b) Inglaterra.
c) França.
d) EUA.
8. Quais eram as principais reivindicações e objetivos da Revolta de Tupac Amaru?
9. Que país atualmente, era o Centro Administrativo e Militar Espanhol na América, que acabou prejudicando seu processo de independência devido a fidelidade de sua população à metrópole?
a) Peru.
b) Paraguai.
c) Cuba.
d) México.
10. Explique como ocorreu o processo de independência do México.
11. Cite 2 (duas) aprendizagens obtidas na aula de hoje.
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Planejamento para o professor
Objeto do conhecimento: Independência da América Espanhola.
Objetivo da Aula: Compreender o processo de Independência da América Espanhola, reconhecendo seus principais líderes, causas internas e externas, etapas do movimento e consequências políticas, sociais e econômicas para as novas nações, desenvolvendo análise crítica sobre a formação dos Estados latino-americanos.
Habilidade da BNCC: (EF08HI07) Identificar e contextualizar as especificidades dos diversos processos de independência nas Américas, seus aspectos populacionais e suas conformações territoriais.
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Por Cássia Alves
Licenciada em História e especialista em Gestão Escolar, com extensão em Formação Cidadã e Transversalidade.
O conteúdo foi revisado e certificado pela equipe de Redação do Tudo Sala de Aula.