📚 Apresentamos uma excelente Atividade de História sobre a Colonização do Brasil para 6º e 7º ano, elaborada para auxiliar os estudantes na compreensão do processo de ocupação portuguesa, das relações entre colonizadores e povos indígenas, da exploração econômica e da formação da sociedade colonial brasileira. Conheça, baixe e aplique em sala de aula.
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COLONIZAÇÃO DO BRASIL

A partir do século XV, os europeus iniciaram um processo que entrou para a história como sendo “o Período das Grandes Navegações” ou “Expansão Europeia”. Na prática, as nações que já haviam se organizado politicamente em monarquias investiram em tecnologia de navegação, como mapas, navios, escolas de navegação e começaram a enviar grandes expedições para conquistar territórios e aumentar seus domínios e riquezas, na grande maioria das vezes, dominando outros povos.

A coroa portuguesa já havia enviado uma expedição comandada por Vasco da Gama à Índia, e resolveu enviar a segunda sob o comando de Pedro Álvares Cabral, buscando organizar o comércio de especiarias com o Oriente e garantir riquezas à Coroa.
Chegada ao solo brasileiro
Após cerca de 40 dias, Cabral chega ao solo brasileiro. A teoria oficial conta que Cabral, em busca de chegar à Índia, teria errado a rota e encontrado o Brasil por acaso. Essa teoria, porém, vem sendo contestada por vários historiadores que consideram que um dos objetivos da esquadra de Cabral seria explorar o Atlântico em busca de novos territórios como outros reinos europeus. No dia 22 de abril de 1500, os navegadores avistaram a terra que eles primeiro chamaram de “Terra de Vera Cruz”, localizada onde atualmente é o litoral da Bahia. Foram 13 embarcações que saíram de Portugal com cerca de 1500 homens entre marinheiros, soldados e escriturários. O mais famoso documento histórico que relata como os portugueses encontraram o Brasil é a Carta de Pero Vaz de Caminha, onde ele relata a beleza natural, as possíveis riquezas a serem encontradas e o fato de que ao chegarem, não encontraram a terra vazia, mas habitada por indígenas. Os primeiros contatos foram amistosos, sem violência, porém isso foi mudando e os portugueses foram demonstrando que seu interesse não era visitar, mas sim dominar e explorar o território e suas riquezas.
Exploração e o tratado de Tordesilhas
Um dos principais produtos explorados pelos portugueses foi o pau-brasil, a madeira dessa árvore tinha grande valor, pois era usada para produzir um corante avermelhado usado para tingir tecidos. Para extrair essa madeira, os portugueses precisavam dos indígenas e, para isso, começaram a praticar o escambo, ou seja, um tipo de comércio baseados em trocas. Os indígenas trocavam a madeira por itens como machados, facas, roupas e até espelhos.
Com a exploração do pau-brasil e as riquezas geradas por ela, os portugueses começaram a virar assunto entre os demais reinos europeus que também desejavam explorar as terras do “Novo Mundo”. Esses reinos questionavam por que somente Portugal e Espanha tinham o direito de exploração desses novos territórios. O rei francês Francisco I chegou a usar de ironia, dizendo: “Gostaria muito de ver no testamento de Adão a passagem em que ele divide o Novo Mundo entre meus irmãos” (referindo às coroas de Portugal e Espanha).
O fato é que, em 1494, Espanha e Portugal assinaram o Tratado de Tordesilhas, que criou uma linha imaginária a 370 léguas a oeste de Cabo Verde. Segundo ele, as terras já descobertas e as que viessem a ser descobertas a leste da linha seriam de domínio português, enquanto as localizadas a oeste pertenceriam à Espanha. Não se pode deixar de perceber que Portugal aceitou assinar o tratado cerca de 6 anos antes de “descobrir o Brasil”, o que contraria ainda mais a teoria da descoberta acidental.
Além dos franceses, outros exploradores, como espanhóis e holandeses, desejaram se beneficiar da extração do pau-brasil, extrair esse recurso natural. Para combater possíveis invasores, a Coroa Portuguesa enviou os guarda-costas, expedições marítimas para proteger a costa do Brasil. Outra ação foi acelerar o processo de ocupação do território.
Organização da Colônia

Cerca de 30 anos após a chegada dos portugueses às terras do que seria o atual Brasil, começam a ser organizadas as chamadas expedições colonizadoras. A primeira delas foi a de Martim Afonso de Sousa. Nessa expedição, foi fundada a primeira vila da colônia, a Vila de São Vicente, atual estado de São Paulo. Em 1534, o governo português dividiu o território em 15 grandes lotes de terras, denominados capitanias hereditárias, e os doou a membros da nobreza e a militares indicados pelo rei. Como era hereditária, não poderia ser vendida e a administração deveria ser passada de geração para geração. As capitanias continuavam sendo da coroa, mas quem as recebeu como doação, chamado capitão donatário, recebia os seguintes direitos e deveres:
| DIREITOS: distribuir sesmarias (terras não exploradas) a colonos, administrar a cobrança de impostos, estabelecer as leis e julgar infratores. DEVERES: defender militarmente o território contra invasores estrangeiros e indígenas, mantê-lo produtivo e enviar parte das riquezas obtidas à Coroa. |
Diferente dos espanhóis, os portugueses não encontraram ouro nos territórios dominados no início da ocupação. Dessa forma, eles buscaram outras formas de conseguir riquezas. A cana-de-açúcar, muito lucrativa na época, já era cultivada em algumas colônias portuguesas, como nas Ilhas de Cabo Verde e da Madeira, e foi escolhida para gerar riquezas para a colônia. Para facilitar o transporte e aumentar a durabilidade, os portugueses decidiram já levar o açúcar pronto para a Europa. Para isso, eles instalaram engenhos próximos a vila. O trabalho era árduo e, para isso, os colonizadores começaram a mudar a forma de se relacionar com os indígenas. As relações de escambo (troca) foram substituídas pela captura e escravização dos povos originários do Brasil. A mão de obra escrava indígena era utilizada nas lavouras, nos engenhos e em outros trabalhos à vila.
Com o tempo, o sistema de capitanias hereditárias apresentou muitos problemas, muitos donatários nem sequer vieram conhecer suas terras, muitas foram abandonadas. Para organizar e garantir a posse, o governo português enviou Tomé de Sousa para estabelecer o governo-geral com sede em Salvador/Bahia em 1549. A organização do governo geral era bem dividida em quatro partes com funções bem definidas. O governador-geral defendia os interesses da coroa e detinha o poder sobre os demais, o ouvidor-mor, responsável pela justiça; o capitão-mor, responsável pela vigilância e segurança e o provedor-mor, responsável pela cobrança de impostos.
Nas vilas, foram criadas as câmaras municipais, mais regionais, que prestavam contas ao governo-geral, elas eram responsáveis pela fiscalização do comércio e das obras públicas. Elas eram compostas pelos juízes que supervisionavam e aplicavam as leis e pelos vereadores que criavam e fiscalizavam a questão dos impostos.
Questão Indígena e os Jesuítas
Para tratar, catequizar e estabelecer contato com os indígenas, a coroa também enviou, juntamente com Tomé de Sousa, missionários religiosos jesuítas, porém não eram bem vistos, pois se opunham à escravização desses povos. Apesar de buscar defender os indígenas do trabalho escravo, os jesuítas contribuíram para que a cultura original deles fosse se perdendo, principalmente as ligadas a religiosidade. A escravização dos indígenas é conhecida por se tratar de uma tentativa frustrada, tendo em vista que a maioria dos povos não aceitava essa condição e resistia de todas as formas. Apesar disso, essa prática não teve fim, pelo contrário, os povos indígenas foram dizimados violentamente, causando a diminuição drástica dessas populações (de 2 a 5 milhões em 1500 para 300 mil em 1700), a cultura foi atacada e sufocada, e sua organização social desmanchada. Além das mortes em batalhas, houve também muitas ligadas às doenças como catapora e gripe, doenças comuns para os europeus, mas as quais os indígenas não tinham contato, e, por isso, tornava-se mortais para eles. Mesmo diante de toda a resistência indígena, e outros fatores a escravização desses povos foi proibida bem mais tarde em 1755.
Fontes: mundoeducacao.uol.com.br / brasilescola.com / todamatéria.com
Texto adaptado por Cássia Alves – Tudo Sala de Aula
📚 Atividades
1. Explique, de forma simples, qual é a teoria oficial sobre como os portugueses chegaram ao Brasil.
2. Sobre os primeiros contatos entre indígenas e portugueses, assinale a alternativa incorreta.
a) Foi violento e escravista.
b) Amistoso sem violência.
c) Baseado no escambo.
d) Foi catequético.
3. Indique qual foi o primeiro recurso natural explorado pelos portugueses no Brasil.
a) Café.
b) Cana-de-açúcar.
c) Pau-brasil.
d) Castanha.
4. O que foi o Tratado de Tordesilhas?
5. Cite a primeira expedição colonizadora do Brasil, a vila fundada por ela e o estado onde essa vila se encontra hoje.
6. Descreva o que foram as capitanias hereditárias no período colonial.
7. Cite os direitos e deveres dos capitães donatários:
a) Direitos:
b) Deveres:
8. O que motivou o envio de Tomé de Sousa e a criação do Governo Geral na colônia?
9. Identifique a principal função de cada autoridade do período colonial.
a) Governador-geral: ______________
b) Ouvidor-mor: _____________
c) Capitão-mor: ____________
d) Provedor-mor: ____________
10.Leia o trecho abaixo e responda:
“Órgãos oficiais da coroa que ajudavam a manter a organização e controle próximos, que prestavam contas ao governo-geral, elas eram responsáveis pela fiscalização do comércio e das obras públicas.”
Essa é a definição de:
a) Governo Geral.
b) Expedição Jesuíta.
c) Câmaras Municipais.
d) Capitanias Hereditárias.
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Planejamento para o professor
Objeto do conhecimento: Colonização do Brasil.
Objetivo da Aula: Compreender o processo de colonização do Brasil, analisando seus interesses econômicos, políticos e sociais, bem como seus impactos sobre os povos indígenas e a formação da sociedade brasileira.
Habilidade da BNCC: EF07HI09: Analisar os diferentes impactos da conquista europeia da América para as populações ameríndias e identificar as formas de resistência.
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Por Cássia Alves
Licenciada em História e especialista em Gestão Escolar, com extensão em Formação Cidadã e Transversalidade.
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