📜 Apresentamos uma excelente Atividade de História sobre as Rebeliões na América Portuguesa para os alunos do 8º e 9º ano. A proposta inclui texto de apoio e exercícios que exploram os principais movimentos de resistência, suas causas, líderes e consequências para a colonização. Conheça, baixe e aplique em sala de aula!
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REBELIÕES NO BRASIL COLONIAL
Imagem: todamateria.com
No Brasil colonial, houve várias rebeliões, divididas em Nativistas e Separatistas. As primeiras não tinham como objetivo a independência do Brasil em relação à Coroa Portuguesa, mas sim a melhoria das condições de vida e das relações comerciais, como no caso da Revolta de Beckman (1684), da Guerra dos Emboabas (1707-1709), da Guerra dos Mascates (1710-1711) e da Revolta de Vila Rica (1720). Já as separatistas, como a Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798), desejavam a separação, ou seja, a independência do Brasil em relação a Portugal. Nesta aula, serão retratadas apenas as rebeliões nativistas.
REVOLTA DE BECKMAN (1684)
Ocorrida no Maranhão, essa revolta ficou conhecida como Revolta de Beckman pelo fato de ter sido liderada pelos irmãos Manuel Beckman e Tomás Beckman, ambos senhores de engenho. Esses dois senhores de engenho estavam insatisfeitos com a Companhia de Comércio do Maranhão (órgão controlado pela coroa portuguesa, que tinha o monopólio do comércio local), pois ela não garantia o fornecimento de produtos e nem escravizados vindos da África (pois os indígenas não podiam mais ser escravizados, porque estavam amparados pelos jesuítas e pela coroa portuguesa).
A escassez de produtos e mão de obra fez surgir uma crise econômica, então, os irmãos Beckman e seus aliados (Senhores de engenho, comerciantes locais, pequenos produtores rurais e alguns setores urbanos de São Luís) se reuniram e invadiram São Luís, tomando a cidade e prendendo autoridades e expulsando os jesuítas. Os revoltosos ficaram 15 meses no poder, mas a desestabilização dos líderes do conflito os enfraqueceu e as forças coloniais conseguiram por fim ao conflito sem grandes dificuldades.
Com a vitória dos portugueses, Manuel Beckman foi preso e executado, enquanto seu irmão Tomás foi condenado à prisão perpétua em Portugal. Outros participantes do movimento tiveram suas propriedades confiscadas pela Coroa portuguesa. Apesar da derrota da revolta, a Companhia de Comércio foi extinta. Além disso, a questão da escravização dos indígenas foi revista, e as expedições para capturar indígenas foram retomadas. A escravização de indígenas no Brasil só teve fim em 1755, por ordem do Marquês de Pombal.
GUERRA DOS EMBOABAS (1707-1709)
Ocorreu nas regiões de Ouro Preto e Sabará em Minas Gerais. Os bandeirantes paulistas descobriram minas de ouro na região que posteriormente de Chamaria Capitania de Minas de Ouro e depois Minas Gerais. Eles defendiam a ideia de como as descobriram primeiro, deveriam ter o monopólio sobre a extração. Isso, porém, não ocorreu, a notícia da descoberta trouxe pessoas de todo o Brasil e até de Portugal, os chamados emboabas (forasteiros).
Os paulistas não contaram com o apoio do governo português, pois a Coroa não se preocupava com quem exploraria as minas, mas sim com a obtenção dos tributos. Essa situação fez com que os dois grupos permanecessem em guerra por cerca de dois anos, conflito que terminou com a vitória dos emboabas, apoiados pelos portugueses. Como consequência, muitos paulistas foram expulsos da região. A Coroa Portuguesa, por sua vez, passou a adotar medidas para fortalecer o controle sobre a mineração, criando mecanismos de fiscalização e cobrança de impostos sobre o ouro.
GUERRA DOS MASCATES (1710-1711)
Olinda detinha o poder político da capitania de Pernambuco, pois era habitada por senhores de engenho. Com a crise do açúcar, provocada pela concorrência das Antilhas, o preço internacional do produto caiu, lançando os grandes produtores em dificuldades financeiras. Para quitar suas dívidas, os senhores de engenho olindenses passaram a contrair empréstimos com os comerciantes de Recife, conhecidos como mascates.
O poder político concentrava-se em Olinda, porque a Câmara Municipal estava instalada ali. Recife, apesar de mais rica e economicamente ativa, era subordinada ao poder olindense. Entretanto, em 1709, os comerciantes recifenses, aproveitando seu forte poder econômico, conseguiram que a Coroa Portuguesa elevasse Recife à categoria de vila, o que lhe concedeu sua própria Câmara Municipal e autonomia em relação a Olinda.
Os senhores de engenho consideraram essa decisão uma traição da Coroa, pois viam nela o reconhecimento da superioridade de Recife sobre Olinda. Em 1710, sob a liderança de Bernardo Vieira de Melo e Pedro Ribeiro da Silva, eles iniciaram um confronto armado, invadindo violentamente Recife. O governador de Pernambuco, Sebastião de Castro Caldas Barbosa, considerado aliado dos mascates, sofreu um atentado a tiros e fugiu para a Bahia.
Em resposta, os comerciantes recifenses reagiram e contra-atacaram, invadindo Olinda. A situação saiu do controle, e a Coroa Portuguesa interveio, enviando tropas para pôr fim ao conflito. Após alguns meses, a rebelião foi definitivamente encerrada e vários líderes foram capturados. Recife saiu vitoriosa, consolidando-se como o novo centro político e econômico da capitania de Pernambuco.
A REVOLTA DE VILA RICA
A Revolta de Vila Rica, também conhecida como Revolta de Filipe dos Santos (em referência ao seu líder), ocorreu em 1720, na antiga Vila Rica — atual Ouro Preto, em Minas Gerais. Os habitantes da região estavam insatisfeitos com as pesadas cobranças de impostos impostas pela Coroa Portuguesa sobre o ouro extraído das minas. Nesse contexto, surgiu o fazendeiro português Filipe dos Santos, que se tornou líder do movimento.
Sob sua liderança, grupos formados por militares, religiosos, doutores, camaristas, comerciantes, negros e indígenas dominaram a vila e exigiram o fim das Casas de Fundição, além da destituição do governador da capitania de Minas Gerais. A Coroa chegou a iniciar negociações, prometendo atender às reivindicações dos revoltosos. No entanto, ainda em 1720, tropas enviadas pela Coroa recuperaram o controle da região, encerrando o movimento. Filipe dos Santos foi preso e condenado à morte, tornando-se um símbolo da resistência contra a exploração colonial portuguesa.
Referências: brasilescola.uol.com.br/ todamateria.com.br
Texto adaptado e reescrito por Cássia Alves, Tudo Sala de Aula.
📚 Atividades
1. Defina com suas palavras:
a) Revoltas Nativistas.
b) Revoltas Separatistas.
2. Assinale a alternativa que NÃO se refere a uma rebelião nativista do Brasil colônia.
a) Revolta de Beckman.
c) Guerra dos Emboabas.
b) Conjuração Baiana.
d) Guerra dos Mascates.
3. Sobre a Revolta de Beckman, é incorreto afirmar que
a) foi liderada pelos irmãos Manuel Beckman e Tomás Beckman, ambos senhores de engenho.
b) teve início com a insatisfação popular contra a companhia de comércio do maranhão.
c) os revoltados eram a favor dos jesuítas e da proibição da escravização de indígenas.
d) os revoltosos ficaram 15 meses no poder, mas foram vencidos pelas tropas da coroa portuguesas.
4. Qual o principal motivo da Guerra dos Emboabas?
5. Defina os termos abaixo.
a) Emboabas:
b) Mascates:
6. Faça a correspondência corretamente.
(OL) Olinda
(RF) Recife
( ) Tinha mais dinheiro, mas era submissa politicamente a sua rival.
( ) Tinha o poder político na capitania de Pernambuco.
( ) Era povoada por comerciantes.
( ) Foi prejudicada pela crise do açúcar gerada pela concorrência das Antilhas.
( ) Emprestava dinheiro na crise do açúcar.
( ) Era povoada por senhores de engenho.
7. Qual o principal motivo da Revolta de Vila Rica?
8. Sobre as coloniais nativas, é correto afirmar que
a) a coroa portuguesa saiu perdedora em todas.
b) a coroa portuguesa saiu vitoriosa em todas.
c) a coroa portuguesa saiu perdedora na maioria.
d) a coroa portuguesa perdeu apenas uma.
9. Como a coroa portuguesa agia para conter as revoltas coloniais?
10. Assinale a alternativa que contém apenas Revoltas Coloniais ocorridas no Nordeste Brasileiro.
a) Revolta de Beckman e Revolta de Vila Rica.
b) Guerra dos Mascates e Revolta de Vila Rica.
c) Revolta de Vila Rica e Cabanagem.
d) Guerra dos Mascates e Revolta de Beckman.
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Planejamento para o professor
Objeto do conhecimento: Rebeliões na América Portuguesa
Objetivo da Aula: Compreender as principais causas, características e consequências das rebeliões ocorridas na América Portuguesa, reconhecendo como esses movimentos refletiam os conflitos sociais, econômicos e políticos do período colonial e contribuíram para o processo de formação da identidade brasileira.
Habilidade da BNCC: EF08HI05: Explicar os movimentos e as rebeliões da América portuguesa, articulando as temáticas locais e suas interfaces com processos ocorridos na Europa e nas Américas.
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Por Cássia Alves
Licenciada em História e especialista em Gestão Escolar, com extensão em Formação Cidadã e Transversalidade.
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