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CONFLITO ENTRE EUA E VENEZUELA
Desde que iniciou seu governo, o presidente estadunidense Donald Trump tem adotado uma postura mais agressiva do que em seu primeiro mandato (2017-2021) com relação a vários países, justificada pela ideia de tornar os Estados Unidos “Grande Novamente”. A política do “Make America Great Again (MAGA)” que traduzindo genericamente significa “Faça a América Grande de Novo”, tem gerado grande preocupação pelo mundo. Trump tem se colocado como protagonista mundial e procura interferir em vários países, mesmo que de forma indireta, como nos casos das guerras entre israelenses e palestinos e da guerra entre a Ucrânia e a Rússia.
SEM POLÍTICA DA BOA VIZINHANÇA
Desde agosto de 2025, os Estados Unidos têm se movimentado militarmente pelo Caribe, em regiões próximas à Venezuela. Essa ação é justificada como sendo parte de uma operação de combate às drogas. Os EUA afirmam que a Venezuela tem sido a porta de entrada de entorpecentes na América. A Casa Branca também classificou os cartéis como organizações terroristas. Trump tem dado declarações em que afirma ter autorizado operações secretas da CIA em território venezuelano. Ele acusa Nicolás Maduro de liderar um cartel narcoterrorista chamado de “Cartel de los Soles” e o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, de ser um traficante que falha no combate aos narcóticos em seu país. No dia 2 de setembro, Donald Trump declarou, durante uma coletiva de imprensa, que os EUA realizaram um ataque no Caribe contra uma embarcação que havia saído da Venezuela. Essa foi a primeira vez, desde o inicio da escalada de tensões com a Venezuela, que os Estados Unidos assumiram que haviam realizado de fato um ataque nesse sentido. Desde então, até o final de outubro de 2025, 57 pessoas foram mortas e 11 embarcações venezuelanas foram afundadas pelos EUA, sob a justificativa de envolvimento com o narcotráfico.
Por mais que a Casa Branca insista em justificar o combate aos cartéis de drogas como o motivo da mobilização de força militar para o Caribe, vários especialistas consideram que a real motivação dessa movimentação seria uma operação para retirar o Nicolás Maduro do poder. Em outubro de 2025, Trinidad e Tobago anunciou a chegada de navio de guerra USS Gravely, um lançador de mísseis americano para exercícios conjuntos perto da costa da Venezuela. O governo venezuelano se manifestou prontamente, pois o arquipélago de Trinidad e Tobago fica a apenas 10 km da costa venezuelana. Outro grande navio também foi deslocado para o Caribe, o USS Gerald Ford, considerado o mais moderno porta-aviões de propulsão nuclear da Armada dos EUA, com capacidade para 5 mil marinheiros e 90 aviões.
Fonte: CNN Brasil
Até o final de outubro de 2025, os Estados Unidos já haviam deslocado para a região oito navios de guerra, um submarino nuclear e caças.
Fonte: BBC
Especialistas afirmam que a dimensão do poder bélico deslocado é desproporcional a uma operação de interceptação de navio com drogas. Eles afirmam que motivações políticas e econômicas são justificativas mais prováveis para a ação norte americana. Uma possível mudança no governo da Venezuela, com a retirada de Maduro do poder seria muito benéfico para os negócios dos Estados Unidos.
Além do fato da Venezuela possuir a maior reserva de petróleo do mundo, cerca de 17%, ela também representa uma ameaça ao imperialismo estadunidense na América do Sul, tendo em vista que a Venezuela se mostra aliada tanto da China quanto da Rússia na visão do governo americano, abrindo mercados para essas nações no continente. Segundo esses especialistas, Donald Trump deseja ter um aliado a frente do governo venezuelano, para que ele se submeta também aos seus interesses.
Não é a primeira vez que os Estados Unidos realizam operações militares em países que são grandes produtores de petróleo. Em 1991, os EUA lideraram uma coalizão internacional contra a invasão do Kuwait pelo Iraque governado pelo ditador Saddam Hussein, a chamada Guerra do Golfo. Oficialmente, declarou-se que o conflito tinha como motivação a libertação do país. No entanto, é inegável que o interesse no fornecimento de petróleo do Oriente Médio exerceu grande influência. Em 2003, o próprio Iraque foi invadido pelos EUA e seus aliados, no episódio conhecido como Guerra do Iraque. A principal justificativa foi a suspeita de que o país possuía armas de destruição em massa.
RESPOSTA VENEZUELANA
Diante das ofensivas, Nicolás Maduro declarou que a Venezuela possui mais de cinco mil mísseis antiaéreos de fabricação russa. Além da Rússia, o venezuelano agradeceu à China e a outros aliados pelo apoio na aquisição de equipamentos destinados, segundo ele, a “garantir a paz” do país. Em 27 de outubro de 2025, o presidente russo Vladimir Putin ratificou os acordos firmados com a Venezuela em maio do mesmo ano, abrangendo áreas como energia, infraestrutura e cooperação militar. A Venezuela também iniciou a realização de exercícios militares no litoral do país. Em resposta ao apoio de Trinidad e Tobago aos planos dos Estados Unidos, o governo venezuelano declarou a primeira-ministra do país, persona non grata e rompeu o acordo energético vigente desde 2017.
Referências textuais: noticias.uol.com.br / g1.com / globo.com / bbc.com / terra.com / cnn.com / evrimagaci.org / exame.com
Texto de Cássia Alves, Tudo Sala de Aula
📚Atividades
1. Qual a principal justificativa dada pelos Estados para a movimentação militar no Caribe desde agosto de 2025?
2. Quais países da América do Sul são acusados pelos EUA de serem governados por políticos envolvidos com cartéis e tráfico de drogas?
a) Chile e Venezuela.
b) Venezuela e Colômbia
c) Chile e Colômbia.
d) Colômbia e Peru
3. Não foi uma das ações dos EUA contra a Venezuela:
a) envio de navios para Trinidad e Tobago.
b) afundar embarcações venezuelanas.
c) enviar submarinos e caças para o Caribe.
d) cortar fornecimento de internet para Caracas.
4. Comente o poder do Navio USS Gerald Ford.
5. Você considera que a dimensão do poder bélico deslocado é proporcional a uma operação de interceptação de navio com drogas? Justifique sua resposta.
6. De acordo com especialistas, as motivações da ofensiva dos EUA à Venezuela seria
a) política e econômica.
b) econômica e social.
c) política e religiosa.
d) revanchista e militar.
7. Comente a importância da Venezuela para a produção de petróleo mundial.
8. Cite as duas guerras em que os Estados Unidos realizaram intervenções militares em nações com grande produção de petróleo.
9. Cite a principal ação da Venezuela contra Trinidad e Tobago e qual o motivo dessa ação.
10. O que significa a expressão “persona non grata” usada no texto?
11. Sobre as consequências do apoio de Trinidad e Tobago às ações dos EUA, é correto afirmar que
a) não haverá nenhuma consequência econômica nem política para o país.
b) provavelmente entrará em crise a falta do gás venezuelano.
c) a economia crescerá o dobro, devido ao fim dos acordos com a Venezuela.
d) terá seu fornecimento de internet interrompido pelos Estados Unidos.
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Planejamento para o professor
Objeto do conhecimento: Conflito entre EUA e Venezuela.
Objetivo da Aula: Compreender as causas, interesses e consequências do conflito entre os Estados Unidos e a Venezuela, analisando os aspectos políticos, econômicos e geopolíticos envolvidos nessa relação.
Habilidade da BNCC: EF09HI34: Discutir as motivações da adoção de diferentes políticas econômicas na América Latina, assim como seus impactos sociais nos países da região.
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Por Cássia Alves
Licenciada em História e especialista em Gestão Escolar, com extensão em Formação Cidadã e Transversalidade.
O conteúdo foi revisado e certificado pela equipe de Redação do Tudo Sala de Aula.
