📝 Nos últimos meses, as relações entre Brasil e Estados Unidos passaram por uma forte crise diplomática. Pensando nesse evento, apresentamos uma excelente Atividade de História sobre a Crise entre Brasil e EUA para os anos finais. Estudar esse episódio ajuda a compreender como decisões políticas e interesses econômicos influenciam a história e a política mundial. Conheça, baixe e aplique em sala de aula!
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CRISE NAS RELAÇÕES ENTRE BRASIL E EUA
No dia 9 de julho de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou na rede Truth Social uma carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na qual afirma que, a partir de 1º de agosto, o Brasil será taxado em 50% em suas exportações para os EUA. Na carta, Trump declara que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro não deveria estar acontecendo e critica o fato de o STF ter ameaçado as plataformas de mídia social dos EUA com multas de milhões de dólares e expulsão do mercado brasileiro, devido à ausência de política contra as fake news e o impulsionamento de conteúdo específico.
Além das questões políticas apresentadas no início do texto, mais da metade da carta dedica-se a expor as “injustiças” nas relações comerciais entre o Brasil e os EUA. Segundo o presidente, essas relações não são recíprocas e, para garantir a competitividade comercial, é necessário que haja a taxação. O texto não apresenta as questões políticas como condição para o fim das tarifas, mas indica que talvez haja um reajuste nas taxas caso o Brasil abra seus mercados para os EUA, eliminando as barreiras comerciais tarifárias e não tarifárias.
IMPACTO ECONÔMICO DA CRISE
O Brasil recebeu a maior taxa, mas não foi o único país a ter uma carta de Trump direcionada ao seu presidente. Ao todo, foram 24 países, além da União Europeia (que reúne 27 países). As taxas variam de 25% a 50%. Embora esse cenário tenha ganhado força nos meses de junho e julho, a crise diplomática entre Brasil e EUA vem se arrastando desde fevereiro de 2025.
Ao ser implementada em 1º de agosto de 2025, a política de taxação de 50% apresentou uma extensa lista de exceções, o que deu um alívio a vários setores da indústria e da agricultura brasileiras.
EXCEÇÕES DO TARIFAÇO: Castanha, polpa de laranja, suco de laranja, petróleo e derivados, gás natural, minério de ferro, estanho, ferroníquel, ferronióbio, aço, alumínio, carvão, fertilizantes, madeira, papelão, aeronaves civis, motores, peças e componentes, ouro, prata, micro-ondas industriais, geradores, fones de ouvido, luminárias, tubos plásticos, máquinas de purificação de água, baterias de lítio, componentes aeronáuticos. |
Apesar das exceções, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o “tarifaço” afeta pelo menos metade das exportações de 22 estados brasileiros para os EUA, sendo as regiões Norte e Nordeste as mais impactadas. No total, a tarifa de 50% incide sobre cerca de 36% das exportações do país. Com o aumento das tarifas, produtos como café, carne, açúcar orgânico e chocolate ficarão mais caros para os consumidores estadunidenses.
ACUSAÇÕES DIRETAS E RESTRIÇÕES A MINISTROS DO STF BRASILEIRO
Além das questões econômicas, os assuntos políticos continuam em escalada nas relações entre Brasil e Estados Unidos. Os ministros do Supremo Tribunal Federal brasileiro — Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes — tiveram seus vistos suspensos, acusados de apoiar Moraes no que os EUA chamam de “política de caça às bruxas” contra os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Moraes é apontado como líder do grupo de perseguidores e recebeu críticas de várias autoridades do governo Trump.
Christopher Landau, vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, sem citar nomes, acusou uma “determinada pessoa” de destruir o relacionamento historicamente próximo do Brasil com os EUA, entre outras coisas, ao tentar aplicar a lei brasileira extraterritorialmente para silenciar indivíduos e empresas em solo americano. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que “Alexandre de Moraes assumiu a responsabilidade de ser juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal contra cidadãos e empresas americanas e brasileiras”.
Alexandre de Moraes foi punido com a aplicação da Lei Magnitsky, criada para impor sanções a indivíduos e entidades estrangeiras responsáveis por violações de direitos humanos e atos de corrupção. Na prática, ela prevê bloqueio de contas bancárias e bens em solo norte-americano, além da proibição de entrada no país. Entretanto, considera-se que Moraes não sofreu grandes perdas com a aplicação da lei, já que não possuía bens nos EUA.
RESPOSTA DO BRASIL ÀS TARIFAS
Após a divulgação da carta de Donald Trump, iniciou-se uma escalada de ações dentro da política brasileira, que já se encontra polarizada há quase uma década. De um lado, estão os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que atribuem as consequências das tarifas às ações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do Supremo Tribunal Federal, principalmente do ministro Alexandre de Moraes. Do outro lado, estão os apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que criticam o fato de o filho de Bolsonaro, o deputado federal Flávio Bolsonaro, ter se licenciado do cargo para morar nos Estados Unidos e estar atuando abertamente na busca de sanções contra a economia brasileira, em nome do fim do julgamento de seu pai. As redes sociais foram tomadas por campanhas que afirmam que a soberania do Brasil não pode ser ameaçada por decisões de estrangeiros. Os perfis das redes sociais de Donald Trump, da Casa Branca e até mesmo da primeira-dama dos Estados Unidos receberam milhares de comentários de brasileiros, contra e a favor das tarifas.
Na semana em que as taxas passaram a ser cobradas, vários setores da indústia brasileira expuseram o risco de demissões e falências decorrentes das taxações. Em resposta, o governo anunciou uma série de medidas para conter o impacto das tarifas, como linhas de crédito especiais e adiamento da cobrança de tributos. Os setores que mais causam preocupação são os de produtos perecíveis, como frutas e pescado. Alguns estados anunciaram que irão incluir alimentos afetados pelo “tarifaço” na merenda escolar, o que, nem de longe, será uma solução para o problema.
Diante dessas ações, o governo brasileiro afirma que não aceitará que outro país se imponha diante de sua soberania. O clima de tensão é uma realidade e, a cada dia, novas declarações e desdobramentos são observados. A crise diplomática ainda está em andamento e, infelizmente, não parece que terá um fim rápido.
Fontes: folha.uol.com.br/ g1.globo.com/ bbc.com/ cnnbrasil.com
Texto reescrito e adaptado pro Cássia Alves, Tudo Sala de Aula
📚 Atividades
1. Assinale a alternativa que NÃO corresponde a um dos motivos citados na carta de Trump para taxar o Brasil em 50% em suas exportações direcionadas aos EUA.
a) O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
b) A ameaça do STF às plataformas de mídia dos EUA.
c) Injustiças nas relações comerciais dos EUA e Brasil
d) O apoio político e militar do Brasil à Guerra da Síria.
2. O Brasil foi o único país a ser taxado pelos EUA? Justifique sua resposta com um trecho do texto.
3. Enumere de acordo com a ordem dos acontecimentos descritos:
( ) Embaixador americano é convocado pelo Itamaraty.
( ) EUA tarifam em 50% o Aço e Alumínio do Brasil.
( ) Início da taxação de 50% ao Brasil.
( ) OMC e ONU mediaram conversas de EUA e Brasil.
( ) O Brasil denuncia os EUA a OMC.
4. Circule os produtos que foram exceções nas taxações de 50% do EUA
CASTANHA – PEIXE – SUCO DE LARANJA – PETRÓLEO – CAFÉ – GÁS NATURAL – MANGA – GOIABA – AÇO – ALUMÍNIO – CARNE – UVA – MORANGO – ÁGUA DE COCO
5. Apesar das exceções, qual a porcentagem das exportações brasileiras afetadas pelo tarifaço imposto pelo governo Trump?
a) 50%
b) 36%
c) 22%
d) 15%
6. Qual o motivo de vários ministros do STF Brasileiro terem seus vistos de entrada nos EUA suspensos?
7. Apesar de não citar nomes, a quem Christopher Landau, vice-secretário de Estado se referiu quando acusou uma “determinada pessoa” de destruir o relacionamento Brasil e EUA?
8. O que a Lei Magnitsky impõe na prática ao ministro Alexandre de Moraes e por que considera-se que ele não foi tão afetado com ela?
9. Como a crise diplomática entre Brasil e EUA refletiu na política interna brasileira?
a) Não influenciou em nada, todos os brasileiros apoiam o presidente Lula.
b) Não influenciou em nada, todos os brasileiros apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro.
c) Aumentou a união de todos brasileiros contra as ações internacionais.
d) Contribuiu com a polarização política entre os apoiadores de Bolsonaro e Lula.
10. Assinale a alternativa que não corresponde a uma das ações do governo brasileiro para tentar diminuir os impactos da tarifação de Trump aos produtos brasileiros.
a) Criação de linhas de crédito especiais.
b) Adiamento de cobrança de tributos.
c) Criação de um banco interno.
d) Parcerias comerciais com aliados como a China.
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Planejamento para o professor
Objeto do conhecimento: Crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos
Objetivo da Aula: Compreender as causas e consequências da crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, analisando os aspectos políticos e econômicos envolvidos, e refletir sobre o impacto dessa relação nas políticas internas e externas do Brasil.
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Por Cássia Alves
Licenciada em História e especialista em Gestão Escolar, com extensão em Formação Cidadã e Transversalidade.
O conteúdo foi revisado e certificado pela equipe de Redação do Tudo Sala de Aula.