📚Atividade Interpretativa de Artigo de Opinião sobre o Tema: Adultização, indicada para turmas do 9º ano e Ensino Médio, esta proposta surgiu a partir da viralização do vídeo do Felca, que trouxe à tona discussões sobre a adultização de crianças e adolescentes. O objetivo é desenvolver a capacidade de interpretar textos, identificar os argumentos do autor e refletir sobre como fatores sociais e culturais influenciam o comportamento e as responsabilidades assumidas precocemente pelos adolescentes. ➡️ Conheça, baixe e aplique em sua sala de aula!
Download e planejamento do conteúdo disponíveis no final da publicação
Leia o texto e responda às questões 1 a 17.
Adultização infantil e erotização da sociedade de consumo: o alerta que veio das redes
Vídeo publicado pelo influenciador Felca provocou debates nas manchetes da imprensa nacional
Recentemente, um vídeo publicado pelo influenciador Felipe Bressanim Pereira, o Felca, trouxe à tona um tema que, até então, circulava quase restrito aos círculos acadêmicos e aos profissionais de educação, psicologia e assistência social: a chamada “adultização das infâncias”. Em poucas horas, a postagem não apenas viralizou, como também provocou debates nas manchetes da imprensa nacional e em rodas de conversa país afora.
O mérito de Felca foi dar visibilidade, com a força de um conteúdo digital bem articulado, a uma questão tão delicada quanto urgente – que toca, direta ou indiretamente, famílias, escolas, políticas públicas e plataformas digitais.[…]
Nesse sentido, a professora Jane Felipe, que atuou na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), contribuiu para o debate ao cunhar o conceito de “scripts de gênero”: roteiros sociais que prescrevem condutas, desejos e atributos esperados de homens e mulheres. […] Rompê-los, modificá-los ou escrever novos roteiros pode significar enfrentar sanções e discriminações.
No caso das mulheres, por exemplo, esses scripts frequentemente incluem a erotização de seus corpos como atributo naturalizado, reforçado diariamente por múltiplos meios, especialmente na lógica neoliberal de consumo.
Erotização precoce: o sintoma mais visível
É aqui que a discussão sobre a chamada “adultização da infância” se torna mais complexa. O problema não é o fato de ser adulto – a vida adulta em si não é algo negativo – mas o processo pelo qual uma criança é empurrada para papéis, responsabilidades e vivências que deveriam estar fora de seu tempo. Isso pode acontecer de várias formas: pelo trabalho e exploração infantil, pela negligência e violência parental, pela exposição precoce ao luto ou pela alienação afetiva.
Desse modo, não concordo com a redução da “adultização” que vem sendo empregado em larga escala, no atual momento. No caso em pauta, o foco é mais específico: trata-se da erotização dos corpos infantis em nossa sociedade
de consumo, ou, para usar um termo mais direto e perturbador, de uma pedofilização.
Esse fenômeno se expressa em diferentes frentes: ensaios fotográficos sensuais com modelos segurando bichos de pelúcia ou usando uniformes escolares; campanhas publicitárias que sexualizam meninas; e a infantilização deliberada de mulheres, produzindo um imaginário confuso e perigoso sobre desejo e consentimento.
A erotização de corpos infantis não apenas banaliza o assédio como também dilui a gravidade da pedofilia, transformando um crime em estética comercializada. É inevitável reconhecer que as infâncias são atravessadas por desejos e também por esses scripts de gênero, que prescrevem comportamentos antes mesmo que as crianças possam questioná-los.
[…] Plataformas digitais operam com algoritmos sofisticados, capazes de mapear interesses, segmentar públicos e potencializar conteúdos – como o próprio Felca demonstrou em seu vídeo. Não estamos diante de espaços ingênuos, mas de arenas onde a atenção é moeda e onde o choque e o tabu geram engajamento. […]
A repercussão do vídeo de Felca foi, portanto, mais do que um momento viral: foi um convite para que sociedade, governo e plataformas revisitem seus papéis na proteção das infâncias. A “adultização” – ou, mais precisamente, a erotização precoce – não é um desvio isolado, mas o sintoma visível de uma cultura que naturaliza roteiros de gênero nocivos e que transforma até mesmo o corpo infantil em mercadoria. O alerta foi dado. Agora, resta saber quem vai ouvir e, mais importante, quem vai agir.
Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2025/08/13/adultizacao-infantil-e-erotizacao-da-sociedade-de-consumo-o-alerta-que-veio-das-redes/ (Acesso em 17/08/2025)
Anderson Barcelos Martins é Doutorando e Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGEDU/Ufrgs) Adaptado por Tudo Sala de Aula.
📚Atividades
1. O texto em estudo é um artigo de opinião. Quais elementos textuais você pode identificar que permitem classificá-lo como esse gênero?
2. Segundo o texto, o que o vídeo publicado pelo influenciador Felca trouxe à tona? Você concordou com a atitude de Felca?
3. Qual é a tese central defendida pelo autor no artigo?
4. No trecho: “Desse modo, não concordo com a redução da ‘adultização’…” (6º parágrafo) o termo em destaque introduz uma ideia de
a) alternância.
b) oposição.
c) explicação.
d) adição.
e) conclusão.
5. Explique de que forma o autor utiliza o exemplo do influenciador Felca para reforçar sua tese.
6. A principal finalidade do artigo de opinião é
a) informar sobre o trabalho de Felca nas redes sociais e o engajamento das pessoas.
b) convencer o leitor de que a adultização infantil é um problema grave.
c) narrar casos de pedofilia ocorridos no Brasil no ambiente real e virtual.
d) divulgar pesquisas científicas sobre a infância e o crime de pedofilia no Brasil.
e) contar uma história pessoal do autor com relação ao assunto em destaque.
7. Você concorda com a opinião do autor sobre a erotização precoce da infância? Justifique sua resposta.
8. Releia e responda:
“Esse fenômeno se expressa em diferentes frentes: ensaios fotográficos sensuais com modelos segurando bichos de pelúcia ou usando uniformes escolares…” (7º parágrafo)
O emprego dos dois pontos nesse trecho serve para
a) indicar um detalhamento do que foi mencionado.
b) marcar o final de uma frase declarativa afirmativa.
c) substituir a vírgula separando elementos enumerativos.
d) indicar uma pausa sem relação com a explicação.
e) mostrar que o autor está fazendo uma indagação retórica.
9. No artigo, de que forma o autor relaciona a tese sobre a “adultização da infância” com os argumentos apresentados?
a) Ele defende que a adultização é natural, trazendo exemplos de como crianças aprendem mais cedo a lidar com responsabilidades.
b) Ele afirma que a adultização é um fenômeno restrito às famílias, e seus argumentos apontam a falta de atenção dos pais.
c) Ele considera que a adultização infantil é fruto exclusivo de tradições culturais, sem influência da sociedade de consumo.
d) Ele sustenta que a adultização ocorre especialmente em espaços escolares, usando como argumento a sobrecarga de atividades e provas.
e) Ele mostra que a adultização está ligada à erotização precoce dos corpos infantis, trazendo exemplos de campanhas publicitárias e lógica de consumo.
10. Ao afirmar no final que: “O alerta foi dado. Agora, resta saber quem vai ouvir e, mais importante, quem vai agir.”, o autor pretende
a) encerrar o texto de forma informativa.
b) convidar o leitor a refletir diante do problema.
c) relatar claramente uma situação vivida por ele.
d) ironizar a falta de soluções imediatas do governo.
e) incentivar o leitor a identificar os principais problemas.
11. O autor cita exemplos como “ensaios fotográficos sensuais com modelos segurando bichos de pelúcia” e “campanhas publicitárias que sexualizam meninas” para
a) apresentar dados estatísticos sobre o problema.
b) criticar unicamente a indústria da moda no Brasil.
c) narrar experiências vivenciadas durante a infância.
d) mostrar que a erotização ocorre apenas nas escolas.
e) reforçar sua tese com exemplos de erotização precoce.
12. No trecho: “Em poucas horas, a postagem não apenas viralizou, como também provocou debates nas manchetes da imprensa nacional”, a expressão destacada estabelece ideia de
a) adição.
b) causa.
c) tempo.
d) finalidade.
e) proporção.
13. Há uma opinião em:
a) “… trouxe à tona um tema que, até então, circulava quase restrito aos círculos acadêmicos…”
b) “O problema não é o fato de ser adulto – a vida adulta em si não é algo negativo…”
c) “… esses scripts frequentemente incluem a erotização de seus corpos como atributo naturalizado…”
d) “… a professora Jane Felipe, que atuou na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, contribuiu para o debate…”
e) “Em poucas horas, a postagem não apenas viralizou, como também provocou debates…”
14. O público-alvo principal do artigo de opinião é
a) apenas acadêmicos da área da educação.
b) jornalistas e influenciadores digitais.
c) crianças e adolescentes que usam redes sociais.
d) pais, escolas, governo e sociedade em geral.
e) somente legisladores, ministros e políticos.
15. No trecho: “Embora a tecnologia seja uma ferramenta importante para a aprendizagem, seu uso indiscriminado em sala de aula acaba desviando a atenção dos estudantes”, qual o sentido da conjunção “EMBORA”?
16. O que o autor quer dizer com “transformando até mesmo o corpo infantil em mercadoria”?
17. Qual sua opinião sobre o assunto abordado nesse artigo?
+ Conteúdos de Português para o Ensino Médio
Confira nossa página repleta de conteúdos semelhantes, especialmente desenvolvidos para esse público escolar. Materiais pedagógicos de alta qualidade, cuidadosamente preparados pelos produtores do Tudo Sala de Aula. Clique agora e escolha o tema da aula!
Planejamento para o professor
Objeto do conhecimento: O gênero artigo de opinião.
Objetivo da Aula: Desenvolver a capacidade de interpretação e compreensão de texto, por meio da leitura de um artigo de opinião sobre a adultização, estimulando os estudantes a identificar ideias principais, argumentos do autor e sentidos implícitos, além de refletirem sobre como o tema se relaciona com situações do cotidiano e com discussões atuais, como a viralização do vídeo do Felca.
Habilidade da BNCC: EF69LP16: Analisar e utilizar as formas de composição dos gêneros jornalísticos da ordem do relatar, tais como notícias (pirâmide invertida no impresso X blocos noticiosos hipertextuais e hipermidiáticos no digital, que também pode contar com imagens de vários tipos, vídeos, gravações de áudio etc.), da ordem do argumentar, tais como artigos de opinião e editorial (contextualização, defesa de tese/opinião e uso de argumentos) e das entrevistas: apresentação e contextualização do entrevistado e do tema, estrutura pergunta e resposta etc.
Por favor, não compartilhe o PDF!
Reiteramos que todo o conteúdo do site Tudo Sala de Aula é original, produzido por equipe própria. Portanto, este material, assim como os demais, não pode ser publicado em sites pessoais ou copiado para a criação de apostilas para venda. Pirataria é crime! Estamos de olho! (Lei 9.610/98)
Gostou? Deixe um comentário!😍
Por Égila Ribeiro
Graduada em Letras – Português, especializada em Educação Inclusiva, com foco em TDAH e Dislexia.
O conteúdo foi revisado e certificado pela equipe de Redação do Tudo Sala de Aula.
Olá, professora!
Causou-me estranheza a concordância verbal (verbo ser na 3ª pessoa do singular) empregada na questão 14. Afinal, apesar de o sujeito ( o público-alvo) estar no singular, os predicativos estão no plural.
Poderia, por gentileza, apreciar tal observação?
Grato.