Ensino Médio

Atividade Interpretativa de Artigo de Opinião: Adultização - 9º ano e Ensino Médio

➡️ Proposta de atividade de leitura crítica sobre adultização, estimulando reflexão, argumentação e interpretação de texto para alunos do 9º ano e ensino médio.

Leitura: 13 Minutos

📚Atividade Interpretativa de Artigo de Opinião sobre o Tema: Adultização, indicada para turmas do 9º ano e Ensino Médio, esta proposta surgiu a partir da viralização do vídeo do Felca, que trouxe à tona discussões sobre a adultização de crianças e adolescentes. O objetivo é desenvolver a capacidade de interpretar textos, identificar os argumentos do autor e refletir sobre como fatores sociais e culturais influenciam o comportamento e as responsabilidades assumidas precocemente pelos adolescentes. ➡️ Conheça, baixe e aplique em sua sala de aula!

Leia o texto e responda às questões 1 a 17.

Adultização infantil e erotização da sociedade de consumo: o alerta que veio das redes

Vídeo publicado pelo influenciador Felca provocou debates nas manchetes da imprensa nacional

           Recentemente, um vídeo publicado pelo influenciador Felipe Bressanim Pereira, o Felca, trouxe à tona um tema que, até então, circulava quase restrito aos círculos acadêmicos e aos profissionais de educação, psicologia e assistência social: a chamada “adultização das infâncias”. Em poucas horas, a postagem não apenas viralizou, como também provocou debates nas manchetes da imprensa nacional e em rodas de conversa país afora.
          O mérito de Felca foi dar visibilidade, com a força de um conteúdo digital bem articulado, a uma questão tão delicada quanto urgente – que toca, direta ou indiretamente, famílias, escolas, políticas públicas e plataformas digitais.[…]
           Nesse sentido, a professora Jane Felipe, que atuou na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), contribuiu para o debate ao cunhar o conceito de “scripts de gênero”: roteiros sociais que prescrevem condutas, desejos e atributos esperados de homens e mulheres. […] Rompê-los, modificá-los ou escrever novos roteiros pode significar enfrentar sanções e discriminações.
           No caso das mulheres, por exemplo, esses scripts frequentemente incluem a erotização de seus corpos como atributo naturalizado, reforçado diariamente por múltiplos meios, especialmente na lógica neoliberal de consumo.

Erotização precoce: o sintoma mais visível

          É aqui que a discussão sobre a chamada “adultização da infância” se torna mais complexa. O problema não é o fato de ser adulto – a vida adulta em si não é algo negativo – mas o processo pelo qual uma criança é empurrada para papéis, responsabilidades e vivências que deveriam estar fora de seu tempo. Isso pode acontecer de várias formas: pelo trabalho e exploração infantil, pela negligência e violência parental, pela exposição precoce ao luto ou pela alienação afetiva.
Desse modo, não concordo com a redução da “adultização” que vem sendo empregado em larga escala, no atual momento. No caso em pauta, o foco é mais específico: trata-se da erotização dos corpos infantis em nossa sociedade
de consumo, ou, para usar um termo mais direto e perturbador, de uma pedofilização.
              Esse fenômeno se expressa em diferentes frentes: ensaios fotográficos sensuais com modelos segurando bichos de pelúcia ou usando uniformes escolares; campanhas publicitárias que sexualizam meninas; e a infantilização deliberada de mulheres, produzindo um imaginário confuso e perigoso sobre desejo e consentimento.
              A erotização de corpos infantis não apenas banaliza o assédio como também dilui a gravidade da pedofilia, transformando um crime em estética comercializada. É inevitável reconhecer que as infâncias são atravessadas por desejos e também por esses scripts de gênero, que prescrevem comportamentos antes mesmo que as crianças possam questioná-los.
              […] Plataformas digitais operam com algoritmos sofisticados, capazes de mapear interesses, segmentar públicos e potencializar conteúdos – como o próprio Felca demonstrou em seu vídeo. Não estamos diante de espaços ingênuos, mas de arenas onde a atenção é moeda e onde o choque e o tabu geram engajamento. […]
            A repercussão do vídeo de Felca foi, portanto, mais do que um momento viral: foi um convite para que sociedade, governo e plataformas revisitem seus papéis na proteção das infâncias. A “adultização” – ou, mais precisamente, a erotização precoce – não é um desvio isolado, mas o sintoma visível de uma cultura que naturaliza roteiros de gênero nocivos e que transforma até mesmo o corpo infantil em mercadoria. O alerta foi dado. Agora, resta saber quem vai ouvir e, mais importante, quem vai agir.

Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2025/08/13/adultizacao-infantil-e-erotizacao-da-sociedade-de-consumo-o-alerta-que-veio-das-redes/ (Acesso em 17/08/2025)
Anderson Barcelos Martins é Doutorando e Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGEDU/Ufrgs) Adaptado por Tudo Sala de Aula.

1. O texto em estudo é um artigo de opinião. Quais elementos textuais você pode identificar que permitem classificá-lo como esse gênero?


2. Segundo o texto, o que o vídeo publicado pelo influenciador Felca trouxe à tona? Você concordou com a atitude de Felca?


3. Qual é a tese central defendida pelo autor no artigo?


4. No trecho: “Desse modo, não concordo com a redução da ‘adultização’…” (6º parágrafo) o termo em destaque introduz uma ideia de

a) alternância.
b) oposição.
c) explicação.
d) adição.
e) conclusão.

5. Explique de que forma o autor utiliza o exemplo do influenciador Felca para reforçar sua tese.


6. A principal finalidade do artigo de opinião é
a) informar sobre o trabalho de Felca nas redes sociais e o engajamento das pessoas.
b) convencer o leitor de que a adultização infantil é um problema grave.
c) narrar casos de pedofilia ocorridos no Brasil no ambiente real e virtual.
d) divulgar pesquisas científicas sobre a infância e o crime de pedofilia no Brasil.
e) contar uma história pessoal do autor com relação ao assunto em destaque.

7. Você concorda com a opinião do autor sobre a erotização precoce da infância? Justifique sua resposta.


8. Releia e responda:

“Esse fenômeno se expressa em diferentes frentes: ensaios fotográficos sensuais com modelos segurando bichos de pelúcia ou usando uniformes escolares…” (7º parágrafo)

O emprego dos dois pontos nesse trecho serve para
a) indicar um detalhamento do que foi mencionado.
b) marcar o final de uma frase declarativa afirmativa.
c) substituir a vírgula separando elementos enumerativos.
d) indicar uma pausa sem relação com a explicação.
e) mostrar que o autor está fazendo uma indagação retórica.

9. No artigo, de que forma o autor relaciona a tese sobre a “adultização da infância” com os argumentos apresentados?
a) Ele defende que a adultização é natural, trazendo exemplos de como crianças aprendem mais cedo a lidar com responsabilidades.
b) Ele afirma que a adultização é um fenômeno restrito às famílias, e seus argumentos apontam a falta de atenção dos pais.
c) Ele considera que a adultização infantil é fruto exclusivo de tradições culturais, sem influência da sociedade de consumo.
d) Ele sustenta que a adultização ocorre especialmente em espaços escolares, usando como argumento a sobrecarga de atividades e provas.
e) Ele mostra que a adultização está ligada à erotização precoce dos corpos infantis, trazendo exemplos de campanhas publicitárias e lógica de consumo.

10. Ao afirmar no final que: “O alerta foi dado. Agora, resta saber quem vai ouvir e, mais importante, quem vai agir.”, o autor pretende
a) encerrar o texto de forma informativa.
b) convidar o leitor a refletir diante do problema.
c) relatar claramente uma situação vivida por ele.
d) ironizar a falta de soluções imediatas do governo.
e) incentivar o leitor a identificar os principais problemas.

11. O autor cita exemplos como “ensaios fotográficos sensuais com modelos segurando bichos de pelúcia” e “campanhas publicitárias que sexualizam meninas” para
a) apresentar dados estatísticos sobre o problema.
b) criticar unicamente a indústria da moda no Brasil.
c) narrar experiências vivenciadas durante a infância.
d) mostrar que a erotização ocorre apenas nas escolas.
e) reforçar sua tese com exemplos de erotização precoce.

12. No trecho: “Em poucas horas, a postagem não apenas viralizou, como também provocou debates nas manchetes da imprensa nacional”, a expressão destacada estabelece ideia de
a) adição.
b) causa.
c) tempo.
d) finalidade.
e) proporção.

13. Há uma opinião em:
a) “… trouxe à tona um tema que, até então, circulava quase restrito aos círculos acadêmicos…”
b) “O problema não é o fato de ser adulto – a vida adulta em si não é algo negativo…”
c) “… esses scripts frequentemente incluem a erotização de seus corpos como atributo naturalizado…”
d) “… a professora Jane Felipe, que atuou na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, contribuiu para o debate…”
e) “Em poucas horas, a postagem não apenas viralizou, como também provocou debates…”

14. O público-alvo principal do artigo de opinião é
a) apenas acadêmicos da área da educação.
b) jornalistas e influenciadores digitais.
c) crianças e adolescentes que usam redes sociais.
d) pais, escolas, governo e sociedade em geral.
e) somente legisladores, ministros e políticos.

15. No trecho: “Embora a tecnologia seja uma ferramenta importante para a aprendizagem, seu uso indiscriminado em sala de aula acaba desviando a atenção dos estudantes”, qual o sentido da conjunção “EMBORA”?


16. O que o autor quer dizer com “transformando até mesmo o corpo infantil em mercadoria”?


17. Qual sua opinião sobre o assunto abordado nesse artigo?



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    Edson Souza
    12 horas atrás

    Olá, professora!
    Causou-me estranheza a concordância verbal (verbo ser na 3ª pessoa do singular) empregada na questão 14. Afinal, apesar de o sujeito ( o público-alvo) estar no singular, os predicativos estão no plural.
    Poderia, por gentileza, apreciar tal observação?
    Grato.