Atividade sobre Romance - Dom Casmurro: o Penteado - 8º e 9º ano

Nesta publicação, preparamos uma excelente atividade de Interpretação e Compreensão de texto sobre um capítulo do romance de Dom Casmurro: o Penteado, direcionada aos estudantes do 8º ano e 9º ano. O romance de Dom Casmurro, escrito por Machado de Assis, é considerado uma obra-prima da literatura brasileira. Publicado em 1899, o livro narra a história de Bentinho, um jovem estudante que se apaixona por sua vizinha, Capitu. Baixe gratuitamente e aplique com seus alunos!

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Planejamento para o professor:

Objetivo do conhecimento: Interpretação e Compreensão de texto. Objetivo de aula: Interpretar o texto de Dom Casmurro utilizando os conhecimentos básicos da Língua Portuguesa. Habilidade BNCC: (EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes – romances, contos contemporâneos, minicontos, fábulas contemporâneas, romances juvenis, biografias romanceadas, novelas, crônicas visuais, narrativas de ficção científica, narrativas de suspense, poemas de forma livre e fixa (como haicai), poema concreto, ciberpoema, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores. 


Leia o texto abaixo e responda às questões.

O PENTEADO

  Capitu deu-me as costas, voltando-se para o espelhinho. Peguei-lhe dos cabelos, colhi-os todos e entrei a alisá-los com o pente, desde a testa até as últimas pontas, que lhe desciam à cintura. Em pé não dava jeito: não esquecestes que ela era um nadinha mais alta que eu, mas ainda que fosse da mesma altura. Pedi-lhe que se sentasse.
    — Senta aqui, é melhor.
    Sentou-se. "Vamos ver o grande cabeleireiro", disse-me rindo. Continuei a alisar os cabelos, com muito cuidado, e dividi-os em duas porções iguais, para compor as duas tranças. Não as fiz logo, nem assim depressa, como podem supor os cabeleireiros de ofício, mas devagar, devagarinho, saboreando pelo tato aqueles fios grossos, que eram parte dela. O trabalho era atrapalhado, às vezes por desazo, outras de propósito para desfazer o feito e refazê-lo. 
    Os dedos roçavam na nuca da pequena ou nas espáduas vestidas de chita, e a sensação era um deleite. Mas, enfim, os cabelos iam acabando, por mais que eu os quisesse intermináveis. Não pedi ao Céu que eles fossem tão longos como os da Aurora, porque não conhecia ainda esta divindade que os velhos poetas me apresentaram depois; mas, desejei penteá-los por todos os séculos dos séculos, tecer duas tranças que pudessem envolver o infinito por um número inominável de vezes. Se isto vos parecer enfático, desgraçado leitor, é que nunca penteastes uma pequena, nunca pusestes as mãos adolescentes na jovem cabeça de uma ninfa... Uma ninfa! Todo eu estou mitológico. 
    Ainda há pouco, falando dos seus olhos de ressaca, cheguei a escrever Tétis; risquei Tétis, risquemos ninfa; digamos somente uma criatura amada, palavra que envolve todas as potências cristãs e pagãs. Enfim, acabei as duas tranças. Onde estava a fita para atar-lhes as pontas? Em cima da mesa, um triste pedaço de fita enxovalhada. Juntei as pontas das tranças, uni-as por um laço, retoquei a obra alargando aqui, achatando ali, até que exclamei:
    — Pronto!
    — Estará bom?
    — Veja no espelho.
    Em vez de ir ao espelho, que pensais que fez Capitu? Não vos esqueçais que estava sentada, de costas para mim. Capitu derreou a cabeça, a tal ponto que me foi preciso acudir com as mãos e ampará-la; o espaldar da cadeira era baixo. Inclinei-me depois sobre ela, rosto a rosto, mas trocados, os olhos de uma na linha da boca do outro. Pedi-lhe que levantasse a cabeça, podia ficar tonta, machucar o pescoço. Cheguei a dizer-lhe que estava feia; mas nem esta razão a moveu.
    — Levanta, Capitu!
    Não quis, não levantou a cabeça, e ficamos assim a olhar um para o outro, até que ela abrochou os lábios, eu desci os meus, e...
    Grande foi a sensação do beijo; Capitu ergueu-se, rápida, eu recuei até à parede com uma espécie de vertigem, sem fala, os olhos escuros. Quando eles me clarearam, vi que Capitu tinha os seus no chão. Não me atrevi a dizer nada; ainda que quisesse, faltava-me língua. Preso, atordoado, não achava gesto nem ímpeto que me descolasse da parede e me atirasse a ela com mil palavras cálidas e mimosas... Não mofes dos meus quinze anos, leitor precoce. Com dezessete, Des Grieux (e mais era Des Grieux) não pensava ainda na diferença dos sexos.


de Machado de Assis, Dom Casmurro - CAPÍTULO XXXIII

ESTUDO DO TEXTO

1. O trecho acima faz parte de uma das obras literárias mais conhecidas no Brasil: Dom Casmurro, do escritor Machado de Assis, em que conta a história de Bentinho e Capitu, que, apaixonados na adolescência, têm que enfrentar um obstáculo à realização de seus anseios amorosos, pois a mãe de Bentinho, D. Glória, fez uma promessa de que seu filho seria padre. Assim sendo, esse trecho pertence ao gênero:
a) Romance, pois apresenta uma trama amorosa, aprofundamento psicológico dos personagens e uma narrativa detalhada das emoções e conflitos.
b) Diário íntimo, pois focaliza as relações humanas, os dilemas pessoais e sociais dos personagens, além de explorar temas como amor e família.
c) Crônica, pois descreve um momento específico na vida dos personagens, com detalhes íntimos e uma narrativa que revela aspectos do cotidiano.
d) Relato, pois narra um episódio particular da vida dos personagens, sem necessariamente se aprofundar nos aspectos psicológicos.




2. Releia o trecho abaixo e depois responda:

“Capitu deu-me as costas, voltando-se para o espelhinho. Peguei-lhe dos cabelos, colhi-os todos e entrei a alisá-los com o pente...”

O texto narrativo é um tipo de texto que mostra as ações de personagens num determinado tempo e espaço, e os tipos de narrador fazem referência ao foco da narração. Assim sendo, observando o trecho acima retirado do capítulo Penteado de Machado de Assis, é possível identificar um narrador
a) personagem.
b) observador.
c) onisciente.
d) neutro.

3. Em: “Sentou-se. ‘Vamos ver o grande cabeleireiro’, disse-me rindo.”, há uma figura de linguagem presente que pode ser interpretada com base no significado e no tom da frase de Capitu. Essa figura de linguagem é:
a) metáfora.
b) hipérbole.
c) metonímia.
d) ironia.

4. Segundo o texto, Bentinho demorou muito para realizar o penteado de Capitu. Qual das seguintes opções NÃO indica uma razão para essa demora?
a) Por não ter experiência suficiente com penteados.
b) Por decidir fazer o trabalho com calma e atenção aos detalhes.
c) Porque desejava passar o maior tempo possível com Capitu. 
d) Porque estava ansioso para demonstrar sua habilidade no penteado.




5. Como o narrador descreve o processo de pentear os cabelos de Capitu por Bentinho?
a) Célere e inquieto.
b) Detalhado e cuidadoso.
c) Distraído e interessado.
d) Superficial e entediante.

6. Bentinho pediu a Capitu para se sentar porque ele
a) preferia trabalhar com ela sentada para conseguir alisar melhor seus cabelos.
b) tinha muita dificuldade em alcançar os cabelos dela quando ela estava de pé.
c) queria vê-la de uma perspectiva diferente para criar o penteado ideal.
d) desejava realizar o trabalho com mais facilidade, rapidez e precisão.

7. Por que Capitu inclinou a cabeça ao invés de olhar no espelho quando Bentinho pediu?
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8. Leia com atenção o trecho a seguir:

“Em vez de ir ao espelho, que pensais que fez Capitu? Não vos esqueçais que estava sentada, de costas para mim.”

Nesse fragmento, é possível perceber que o narrador dialoga com
a) os familiares.
b) ele mesmo.
c) a Capitu.
d) o leitor.

9. O foco principal do texto está presente
a) no amadurecimento dos protagonistas.
b) no momento único entre dois personagens.
c) na descrição detalhada de um penteado.
d) na comparação entre diferentes sentimentos. 

10. Identifique a que / quem os termos destacados estão se referindo.

a) “Peguei-lhe dos cabelos...” (1º parágrafo)
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b) “... colhi-os todos e entrei...” (1º parágrafo)
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c) “Sentou-se.” (3º parágrafo)
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d) "Vamos ver o grande cabeleireiro, disse-me rindo.” (3º parágrafo)
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e) “... por mais que eu os quisesse intermináveis.” (4º parágrafo)
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f) “Onde estava a fita para atar-lhes as pontas?” (5º parágrafo)
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11. Como Capitu reagiu após o beijo?
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12. Encontre no texto uma palavra que significa:

a) Falta de aptidão. _________________

b) Parte de trás do pescoço. ____________

c) Intenção de fazer algo. ____________

d) Entrelaçar fios. __________________

e) Aparência desagradável. __________

13. Há uma opinião em:
a) “Pedi-lhe que se sentasse.”
b) “Enfim, acabei as duas tranças.”
c) “Inclinei-me depois sobre ela...”
d) “Senta aqui, é melhor.”




14. Encontre no texto um fragmento que revela uma sensualidade.
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15. Bentinho menciona sua idade no texto para
a) justificar sua falta de experiência e hesitação.
b) enfatizar a diferença de idade entre ele e Capitu.
c) provar sua superioridade intelectual sobre o leitor.
d) sugerir que a juventude é uma confusão emocional.

16. Para você, que sentimentos o narrador buscou despertar no leitor nesse capítulo do livro?
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GABARITO
1A / 2A / 3D / 4D / 5B / 6A / 7. Porque estava buscando criar um momento íntimo e romântico com ele, demonstrando seu afeto de uma maneira inesperada e carinhosa. / 8D / 9C / 10. a) Capitu, b) Cabelos de capitu, c) Capitu, d) Bentinho, e) Aos cabelos, f) As duas tranças. / 11.  Após o beijo, Capitu permaneceu em silêncio e desviou o olhar, indicando possivelmente surpresa ou vergonha com a situação. / 12. a) Desazo. b) Nuca, c) Propósito, d) Tranças, e) feia. / 13D / 14. "... e ficamos assim a olhar um para o outro, até que ela abrochou os lábios, eu desci os meus..." / 15A / 16. Resposta Pessoal. 

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