Atividade de interpretação de texto da crônica A Praia de Rubem Braga para o 8º ano e 9º ano.
Planejamento para o professor
Objeto do conhecimento: Interpretação: Crônica
Habilidade da BNCC: (EF67LP28) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes , romances infantojuvenis, contos populares, contos de terror, lendas brasileiras, indígenas e africanas, narrativas de aventuras, narrativas de enigma, mitos, crônicas, autobiografias, histórias em quadrinhos, mangás, poemas de forma livre e fixa (como sonetos e cordéis), vídeo-poemas, poemas visuais, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
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Leia a crônica e depois resolva às questões 1 – 12:
PRAIA
Rubem Braga
Acordo cedo e vejo o mar se espreguiçando; o sol acabou de nascer. Vou para a praia; é bom chegar a esta hora em que a areia que o mar lavou ainda está limpinha, sem marca de nenhum pé. A manhã está nítida no ar leve; dou um mergulho e essa água salgada me faz bem, limpa de todas as coisas da noite.
Era assim, pelas seis e meia, sete horas que a gente ia para a praia em Marataízes. Naquele tempo, diziam que era bom para a saúde; não sei se ainda dizem. Para mim, tem um sabor tão antigo e todo novo, essa praia bem de manhã. Para um lado e outro diviso apenas dois ou três vultos distantes. Por que não vem mais gente à praia? Muita gente, é claro, tem de estar na cidade cedo; mas há um número imenso de funcionários e pessoas de muitas profissões que nesta cidade onde se dorme tão cedo parece ter algum preconceito contra acordar cedo. Basta olhar qualquer edifício de Copacabana e Ipanema; às dez horas começam a se apagar as luzes, e meia hora depois da última sessão de cinema há edifícios inteiros completamente às escuras. O grosso da população ressona. provincianamente às onze horas. Mas para vir à praia todo mundo parece ter medo de ser provinciano.
O leve calor do sol me reconforta. Chega uma senhora gorda com dois meninos e duas meninas. Senta-se no raso, e as duas crianças menores sobem pelos seus ombros e sua cabeça, chutam água e espuma, todos se riem na maior felicidade. Suas roupas de banho não são elegantes; devem ser como eu, gente do interior. Aparece depois um rapaz; mas é um atleta. Faz alguns minutos de ginástica, dá um mergulho, volta a fazer exercícios com a maior eficiência. Esse não é de nossa raça, os vagabundos matinais. Está ali a negócios: negócios de saúde ou atletismo, em todo caso, negócio.
Eu, a senhora e as quatro crianças nos entendemos. Levo duas crianças um pouco mar a dentro, para receberem algumas lambadas de onda. Dão gritos, dão risadas, sentem medo, sentem coragem. Somos gente do interior e somos, seguramente, boa gente.
Rubem Braga
Publicado na Folha da Tarde,
sábado, 13 de novembro de 1954.
Atividades
1. O texto que você leu é uma crônica, isso se justifica porque ela apresenta uma linguagem simples e espontânea, como também:
- a) narração de situações cotidianas sob uma ótica individual do autor.
- b) linguagem poética e hiperbólica, demonstrando emoções coletivas.
- c) informa sobre fatos históricos, mostrando dados importantes de Marataízes.
- d) discorre sobre um tema e apresenta características subjetivas da praia.
2. Segundo o texto, o narrador-personagem:
- a) costuma ir à praia de manhãzinha frequentemente com sua família.
- b) acredita que a água salgada possibilita bem-estar para o corpo e para a mente.
- c) assegura não haver pegadas na praia à noite porque as pessoas dormem cedo.
- d) vai à praia muito cedo para praticar uma atividade esportiva matinal.
3. Assinale o trecho da crônica que releva uma inquietação do personagem:
- a) “Muita gente, é claro, tem de estar na cidade cedo…”
- b) “Basta olhar qualquer edifício de Copacabana…”
- c) “Por que não vem mais gente à praia?”
- d) “A manhã está nítida no ar leve; dou um mergulho…”
4. A personificação é uma figura de linguagem que atribui sensações e sentimentos humanos a objetos inanimados ou seres irracionais. Desse modo, NÃO há uma personificação em:
- a) “… vejo o mar se espreguiçando…”
- b) “… o sol acabou de nascer.”
- c) “O leve calor do sol me reconforta…”
- d) “Levo duas crianças um pouco mar a dentro…”
5. Na crônica, o autor Rubem Braga recorre a uma linguagem familiar, cujo objetivo é aproximar o leitor dos fatos por ele apresentados. Assinale um trecho da crônica que mostra uma expressão pertencente a linguagem informal/coloquial:
- a) “Dão gritos, dão risadas, sentem medo…”
- b) “… devem ser como eu, gente do interior.”
- c) “O grosso da população ressona.”
- d) “Eu, a senhora e as quatro crianças nos entendemos.”
6. “Era assim, pelas seis e meia, sete horas que a gente ia para a praia em Marataízes. Naquele tempo, diziam que era bom para a saúde; não sei se ainda dizem. Para mim tem um sabor tão antigo e todo novo, essa praia bem de manhã.”
Nesse trecho, é possível observar que o narrador-personagem transmite um sentimento de
- a) ansiedade.
- b) frustração.
- c) aversão.
- d) nostalgia.
7. Segundo o texto, o personagem acredita que as pessoas não vão à praia porque têm medo de:
- a) serem confundidas de outras províncias.
- b) serem consideradas ultrapassadas.
- c) que a praia não traga segurança e saúde.
- d) serem chamadas de vagabundas.
8. Por que o narrador acredita que a mulher com os dois meninos e as duas meninas são do interior assim como ele? E por que o rapaz que chega logo depois ele o considera de outra raça?
9. No trecho: “Mas para vir à praia…”, a palavra grifada estabelece uma oposição com o que foi dito anteriormente pelo narrador, já que é uma conjunção:
- a) explicativa.
- b) condicional.
- c) aditiva.
- d) adversativa.
10. Para o narrador, ele, a mulher e as crianças são vagabundos matinais porque:
- a) estão na praia sem nenhum compromisso, apenas para se sentir felizes.
- b) não trabalham durante o dia, apenas vão observar à praia com frequência.
- c) caminha pela praia sem um rumo determinado, perambulando sem objetivo.
- d) se comportam como malandros, sem nenhuma responsabilidade com a vida.
11. No trecho: “Está ali a negócios: negócios de saúde ou atletismo…”, o uso dos dois pontos tem a finalidade de:
- a) apresentar um discurso direto.
- b) revelar uma citação de outra pessoa.
- c) mostrar uma explicação de uma palavra.
- d) iniciar uma síntese do que foi dito.
12. Há uma opinião no trecho:
- a) “… a gente ia para a praia em Marataízes.”
- b) “… e somos, seguramente, boa gente.”
- c) “… às dez horas começam a se apagar as luzes…”
- d) “Eu, a senhora e as quatro crianças nos entendemos.”
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Por Maurício Araújo
Especialista em Língua Portuguesa, em Marketing e Mídias Digitais e em Gramática de Revisão Textual.
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