Atividade, questões de compreensão e interpretação
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Leia o texto para responder às questões 1 e 2:
Mais respeito aos deficientes
Reconhecer direitos é mais do que obrigação; garanti-los em lei, uma primeira providência; colocá-los ao alcance de todos, sim, a única forma de limpar o nobre discurso politicamente correto da infestação demagógica. O Brasil muitas vezes se esmera em aprovar avançada legislação, mas peca por não transformá-las em realidade. É o caso das proteções às pessoas com deficiência. Leis determinam que espaços públicos e privados, bem como equipamentos urbanísticos, sejam ajustados de modo a permitir a comunicação e a locomoção de cidadãos com problemas auditivos, locomotores e visuais. Contudo, nem a capital da República cuidou de afastar os obstáculos que infernizam a vida de 45,6 milhões de brasileiros, o equivalente a quase um quarto da população (23,91%).
O fato é que as dificuldades cotidianas dos deficientes se banalizaram no país. Nem se fala da falta de rampas (ou da exagerada inclinação com que costumam ser construídas), mas das calçadas esburacadas ou recheadas de obstáculos — quando existentes, pois, não raro, cadeirantes têm que se arriscar entre os carros ou percorrer solos não pavimentados. Guias para cegos são outra raridade. Nos cruzamentos de vias, semáforos quase nunca emitem sinais sonoros. No transporte público — por si, ineficiente —, a diferença de nível entre o chão e o piso dos veículos é obstáculo intransponível. Banheiros estreitos e espaços apertados, que não dão passagem ou permitem manobrar cadeiras, são outros exemplos corriqueiros, ilustrativos do que se vê todos os dias Brasil afora.
O que dizer, então, quando a capital federal sedia a Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, organizada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, e participantes encontram tantos problemas pela frente que terminam por registrar ocorrência em delegacia de polícia? O vexame não pode se repetir. Brasília é Patrimônio da Humanidade, considerada a melhor cidade do país em qualidade de vida, desempenho econômico e desenvolvimento social, e candidata ao título de uma das sete mais belas do planeta. Tanta honra perderá o brilho caso não possa orgulhar-se também de ser inclusiva. E essa não é responsabilidade apenas do governo. A iniciativa privada está igualmente obrigada a corrigir deficiências — inclusive para atender as exigências legais.
Dar consequência às políticas públicas, sim, é dever do Estado. Portanto, a fiscalização cabe aos governantes nos três níveis da administração. Deles deve-se cobrar a igualdade de direitos garantida pela Constituição. Deles deve-se exigir o fim das barreiras ao ir e vir. Nesse sentido, antes mesmo de ser aberta, a 3ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que termina hoje, começou a cumprir o papel de dar maior visibilidade aos problemas diários que vive no país uma população do tamanho da espanhola. É que parte de seus 980 delegados passou por apuros desde a chegada a Brasília. Alguns até tiveram de fazer peregrinações por hotéis, à procura de hospedagem apropriada. Nunca é demais lembrar: o Rio de Janeiro sediará as Olimpíadas e, portanto, as Paraolimpíadas, em 2016. Que o vexame não se amplie.
1. A finalidade do editorial lido é
- a) divulgar a falta de rampas para os cadeirantes no Brasil.
- b) informar sobre a Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
- c) descrever a situação dos deficientes que são equivalentes a quase um quarto ( 23,91%) da população do Brasil
- d) defender uma tese sobre o cumprimento efetivo das leis criadas que protegem os deficientes no Brasil.
2. O que motiva a produção do editorial é
- a) o risco que os cadeirantes correm ao passar entre os carros ou percorrerem solos não pavimentados.
- b) o fato de Brasília sediar a Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência e não apresentar boa infraestrutura para os participantes.
- c) o fato de que Brasília é considerada a melhor cidade do país em qualidade de vida, desempenho econômico e desenvolvimento social.
- d) a cobrança da responsabilidade da iniciativa privada que é de junto com o governo corrigir as deficiências de infraestrutura para atender as exigências legais.
Leia o texto e resolva as questões 3 e 4:
MORTE NAS ESTRADAS
Apesar das campanhas educativas promovidas pelos Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans) sobre a importância e da necessidade do respeito às leis de trânsito quando dirigirmos tanto nas cidades quanto nas rodovias, os acidentes envolvendo veículos pequenos e de grande porte, a maioria deles com vítimas fatais, estão a ocorrer diariamente nas estradas federais e estaduais do Piauí, aumentando assustadoramente os dados estatísticos da Polícia Rodoviária Federal de mortes no País e no Estado.
Em editorial recente de O DIA, no começo deste mês, era alertado sobre as precauções que os motoristas deveriam ter na hora de pegar a estrada neste período de férias, quando milhares de pessoas aproveitam para viajar para o litoral ou cidades de origem.
Ao contrário, não está bastando em nada os apelos das campanhas educativas de trânsito nem do que cotidianamente é divulgado pelos meios de comunicação sobre os índices elevados de acidentes nas estradas, e com mortes, pela imprudência de certos motoristas, que apressados para chegar ao destino saem em alta velocidade cortando e fazendo ultrapassagem arriscadas de veículos a sua frente sem observar as sinalizações de trânsito e os limites do carro e dele próprio, tornando perigosa a vida de si e dos outros.
Pois, nessa última semana de férias, como mostra reportagem de O DIA, milhares de pessoas pegaram a estrada rumo ao litoral piauiense, tornando o fluxo de veículos na BR 343, que dá acesso a Parnaíba e a Luís Correia, bastante intenso. E o resultado da imprudência na estrada são os acidentes, nos quais, em menos de 24 horas, quatro pessoas perderam a vida.
Um estudo sobre “Morte no Trânsito: Tragédia Rodoviária”, realizado pelo SOS Estradas, organização não governamental, mostra que todos os dias ocorrem, pelo menos, 723 acidentes nas rodovias pavimentadas brasileiras, provocando a morte de 35 pessoas por dia, e deixando 417 feridos, dos quais 30 morrem em decorrência do acidente. Cita ainda, que a maior parte das mortes no trânsito ocorre nas rodovias e não nas vias urbanas. Embora, em número menor, os acidentes nas estradas são muito violentos, provocando mais mortes e ferimentos graves.
Fonte: Jornal O Dia
3. Os editoriais visam ao convencimento do leitor. Assinale a passagem do texto em que se estabelece, de modo direto, uma interlocução com o leitor.
- a) “E o resultado da imprudência na estrada são os acidentes, nos quais, em menos de 24 horas, quatro pessoas perderam a vida.”.
- b) “Ao contrário, não está bastando em nada os apelos das campanhas educativas de trânsito nem do que cotidianamente é divulgado pelos meios de comunicação .”
- c) “milhares de pessoas pegaram a estrada rumo ao litoral piauiense, tornando o fluxo de veículos na BR 343, que dá acesso a Parnaíba e a Luís Correia, bastante intenso..”
- d) “a maior parte das mortes no trânsito ocorre nas rodovias e não nas vias urbanas. Embora, em número menor, os acidentes nas estradas são muito violentos,”.
4. A tese defendida no editorial lido consiste
- a) na irresponsabilidade de certos motoristas, que apressados para chegar ao destino saem em alta velocidade.
- b) no resultado dos índices de mortes por acidentes que revelam a insuficiência das campanhas educativas.
- c) na importância em observar as sinalizações de trânsito e os limites do carro e de seu condutor.
- d) na necessidade de se melhorar o fluxo de veículos na BR 343, que dá acesso a Parnaíba e a Luís Correia.
Leia para responder à questão:
Editorial: Educação, lazer e feriados, exemplo de Gramado
e um convite para que o leitor olhe as riquezas dos detalhes.
O Brasil tem muitos feriados! Essa é uma exclamada reclamação dos empresários e economistas. Fala-se na ordem de milhões em perdas. Uma pergunta: E a renda gerada pelas atividades turísticas nesse período não tem peso na economia? Dalton Alcoba esboça esse tema do lazer e turismo em um texto sequenciado por três interessantes observações.
O que observamos em uma viagem? Como anda esse exercício do olhar e dos outros sentidos na percepção dos lugares? A arquiteta Raquel Palhares nos convida a aguçar a curiosidade para compreender a paisagem das cidades que visitamos e nosso ambiente cotidiano. Prestando mais atenção aos detalhes, você encontrará surpresas pelo caminho.
Villas Bôas, citando como exemplo Gramado, a “jóia da serra gaúcha” que investiu no turismo e hoje conta com um calendário de eventos que movimenta a cidade, escreve sobre a importância de refletir sobre o modelo de desenvolvimento a ser adotado pelos administradores para que a preservação ambiental e cultural dos municípios não seja degradada.
São muitos os desafios do profissional do turismo, em especial, em um país como o Brasil que mesmo diante das tão anunciadas potencialidades, o setor ainda tem resultado pouco significativo se comparado com outros países. Cláudia Araújo enfatiza a necessidade de investir em educação como um processo contínuo para que o reflexo dessa ação seja a melhoria na prestação dos serviços turísticos.
Maria Ivone Neto Cordeiro
5. A frase que expressa um fato é
- a) “O Brasil tem muitos feriados” (1º parágrafo)
- b) “você encontrará surpresas pelos caminhos.” (2º parágrafo)
- c) “Gramado, a “jóia da serra gaúcha” que investiu no turismo .” (3º parágrafo)
- d) “São muitos os desafios do profissional do turismo, em especial, em um país como o Brasil que mesmo diante das tão anunciadas potencialidades..” (4º parágrafo)
Leia para responder às questões 6 – 10:
Punição não mede eficiência da Lei Seca
Medidas apenas pelo número de motoristas (seis, de um total de 1.053 presos) condenados pela Justiça fluminense por dirigir embriagados, em dois anos e meio de blitzes da Lei Seca, as fiscalizações diárias de combate à embriaguez no trânsito podem parecer tíbias como tentativa de esconjurar o fantasma das tragédias nas ruas. Mas a Lei 11.705/08, que deu nova redação ao artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro, criminalizando a mistura de álcool e direção, com base na qual são feitas as operações, deve ser avaliada por sua capacidade inibidora de potenciais comportamentos selvagens ao volante.
Neste aspecto, é contundente, como argumento a favor das restrições à bebida consagradas no CTB, a estimativa de que, somente no Estado do Rio, mais de seis mil vidas foram preservadas desde março de 2009, quando as blitzes começaram. Em 2010, o número de vítimas de acidentes de trânsito socorridas nas quatro maiores emergências hospitalares da capital caiu 13%. Somente no Hospital Lourenço Jorge, na Barra, que atende a uma região com uma via expressa e muitos quilômetros de pistas, a queda foi de 32%. Com naturais alterações estatísticas, a curva de mortes evitadas é comum nos estados que adotam operações da Lei Seca, como atestam levantamentos regulares da Polícia Rodoviária Federal, termômetro para medir os efeitos dessa legislação nas estradas do país.
A discussão sobre a disparidade entre o número de condenados e o total de pessoas presas passa menos pela eficácia da legislação do que pelo aspecto jurídico que cerca a Lei Seca. São bem conhecidos os episódios de motoristas que, tendo sido parados numa blitz, se recusam a fazer o teste do bafômetro, essencial para informar processos por embriaguez no trânsito. Trata-se de uma prerrogativa constitucional, portanto intransponível, que desobriga os cidadãos de produzir provas contra si.
É questão complexa, sobre a qual sequer o Judiciário tem posição unânime: no Rio de Janeiro, o lado que se opõe às operações argumenta que a Lei Seca parte de um princípio inaceitável, a presunção de crime, procurando condenar o motorista por dirigir bêbado, mesmo sem ter provocado acidentes. Por outro lado, magistrados favoráveis às blitzes consideram que se trata de prevenir tragédias no trânsito – e as estatísticas, não só do Rio, mas de todo o país, comprovam que o nível de irresponsabilidade nas estradas ainda está longe de ficar confinado a exemplos esparsos. Muito pelo contrário.
Entre uma ponta e outra da polêmica, há o dado, inquestionável, de que é positivo o balanço da Lei Seca. Como qualquer lei, pode haver aperfeiçoamentos. Caso, por exemplo, de ajustar para taxas mais realistas, mas dentro de limites que não invalidem os propósitos do CTB, a quantidade de álcool detectado por litro de sangue. As operações, inclusive, deveriam ser reforçadas em estados que ainda enfrentam com timidez o flagelo das tragédias no trânsito.
Mais do que necessárias, as blitzes são emergenciais para consolidar mudanças no comportamento dos motoristas brasileiros, em não pouca quantidade protagonistas de acidentes que decorrem de desobediência a elementares normas de trânsito e de desapreço pela vida – entre elas, a fatal mistura de álcool e volante.
O Globo
6. O texto lido discute, principalmente,
- a) a eficiência da Lei Seca.
- b) a desobrigação de cidadãos produzirem provas contra si.
- c) a elevação dos índices de mortes no trânsito, no Estado do Rio de Janeiro, após a vigência da Lei Seca.
- d) a redução do número de vítimas de acidentes de trânsito socorridas nas quatro maiores emergências hospitalares da capital.
7. A tese defendida no editorial lido é que
- a) as punições não medem a eficiência da Lei Seca.
- b) a Lei Seca precisa de aperfeiçoamentos para ser benéfica à população.
- c) as operações da Lei Seca devem ser avaliadas pela capacidade de inibir comportamentos selvagens no trânsito.
- d) o número de vítimas de acidentes de trânsito socorridas nas quatro maiores emergências hospitalares da capital caiu 13%.
8. Um argumento utilizado no editorial a favor da tese defendida é composto
- a) pela recusa para fazer o teste do bafômetro.
- b) pela urgência das blitzes para mudar o comportamento ao volante.
- c) pelo direito de o cidadão não produzir provas contra si, como prevê a Constituição.
- d) por dados estatísticos que comprovam a redução de vítimas por acidentes de trânsito após a criação da Lei Seca.
9. Observe o trecho: “o lado que se opõe às operações argumenta que a Lei Seca parte de um princípio inaceitável…” (4º parágrafo). Os termos em destaque se referem, respectivamente,
- a) ao Rio de Janeiro e à condenação.
- b) aos motoristas e à presunção do crime.
- c) à parte do Judiciário e à presunção do crime.
- d) aos magistrados favoráveis à lei e à condenação.
10. No trecho “Por outro lado, magistrados favoráveis às blitzes consideram que se trata de prevenir tragédias no trânsito”, a expressão em destaque revela que a frase citada mantém com a anterior uma relação de
- a) causa.
- b) oposição.
- c) conclusão.
- d) consequência.
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Por Maurício Araújo
Especialista em Língua Portuguesa, em Marketing e Mídias Digitais e em Gramática de Revisão Textual.
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