Atividade, questões de interpretação e compreensão de texto.
Planejamento para o professor
Objeto do conhecimento: Poema.
Habilidade da BNCC: (EF69LP48) Interpretar, em poemas, efeitos produzidos pelo uso de recursos expressivos sonoros (estrofação, rimas, aliterações etc), semânticos (figuras de linguagem, por exemplo), gráficoespacial (distribuição da mancha gráfica no papel), imagens e sua relação com o texto verbal.
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Leia o poema abaixo para responder às próximas 3 (três) questões:
Infância
Carlos Drummond de Andrade
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala – e nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.
Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
– Psiu… Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro… que fundo!
Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.
E eu não sabia que minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
1. No texto, o eu poético
a) descreve os lugares em que viveu durante a infância.
b) narra as ações costumeiras daqueles com quem viveu durante a infância.
c) questiona os laços afetivos firmados durante a infância.
d) declara seu desprezo pelo ato da leitura durante a infância.
2. Na frase: “─ Psiu… Não acorde o menino”, usa-se o travessão
a) para isolar uma opinião do eu poético.
b) para destacar uma intenção do eu poético.
c) para indicar uma fala da personagem conhecida por “preta velha”.
d) para indicar uma fala da mãe.
3. “No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu”
“Lá longe meu pai campeava”
As expressões sublinhadas indicam, respectivamente, circunstâncias de
a) lugar e modo.
b) lugar e tempo.
c) tempo e lugar.
d) modo e tempo.
Leia o poema de cordel A morte e o lenhador de Marcos Mairton, e responda as questões deste 4 a 7:
A MORTE E O LENHADOR
(adaptado da fábula de La Fontaine)
Foi o francês La Fontaine
Quem, certa vez, me contou
A história de um homem
Que pela morte chamou,
Mas depois se arrependeu,
Quando ela apareceu
E perto dele chegou.
Era um velho lenhador
Que andava muito cansado
Do fardo que, até então,
Ele havia carregado.
Um fardo que parecia
Sempre e sempre, a cada dia,
Mais incômodo e pesado.
Estava velho e doente,
Sentia o corpo doído.
Maltratado pelo tempo,
Seu semblante era sofrido.
Seguia, assim, seu caminho,
Atormentado e sozinho,
Sempre sujo e mal vestido.
Certa vez, ao fim do dia,
Quando ia pela estrada,
Para a choupana que então
Lhe servia de morada,
Foi obrigado a parar
Um pouco pra descansar
Da extensa caminhada.
Trazia um feixe de lenha
Que foi buscar na floresta.
Largou a lenha no chão,
Passou a mão pela testa,
Maldizendo-se da sorte,
Pensou: – É melhor a morte,
Que uma vida que não presta.
– Não consigo carregar
Essa lenha tão pesada.
Já não tenho mais saúde,
Meu ganho não dá pra nada,
Perseguido por credores,
Meu corpo cheio de dores,
Ai que vida desgraçada!
– Ó, Morte, onde é que andas,
Que não ouve o meu lamento?
Que não vem pra me tirar
Desse brejo lamacento?
Dona Morte, eu te rogo,
Venha acabar, venha logo,
Com meu grande sofrimento!
Aí, ela apareceu,
Com sua foice na mão.
Aproximou-se do velho
E disse logo: – Pois não.
Estavas a me chamar?
Em que posso te ajudar,
Querido filho de Adão?
O velho sentiu um frio
Lhe correr pelo espinhaço,
Quando a voz rouca da morte
Ecoou naquele espaço.
E pensou, na mesma hora:
“O que é que eu faço agora?
E agora o que é que eu faço?”
Então disse: – Essa honra,
Não acredito que eu tenha,
Que atendendo meu chamado
A senhora aqui me venha.
Mas, se posso pedir tanto,
Me ajude, por enquanto,
A carregar essa lenha!
A morte saiu dali
Um tanto desapontada,
E o velho foi embora
Cantarolando na estrada,
Porque, “mesmo padecendo,
Melhor é seguir vivendo
Que morrer sem sofrer nada”.
É essa a moral da história
Que La Fontaine nos deu,
Nessa fábula que ele,
Entre muitas, escreveu.
Eu, apenas transformei
Em cordel e dediquei
A você, que agora leu.
4. O cordel “A morte e o lenhador” dialoga com
a) uma fábula de La Fontaine.
b) o conto da Chapeuzinho Vermelho.
c) a história de Adão e Eva.
d) a biografia de La Fontaine.
5. Os autores de literatura de cordel (cordelistas) recitam os versos de forma melodiosa e cadenciada, acompanhados de viola, para conquistar possíveis compradores.
Nos versos da Segunda Estrofe, para dar musicalidade ao poema, percebe-se o uso de
a) palavras antônimas.
b) palavras rimadas.
c) palavras repetidas.
d) palavras sinônimas.
6. Embora apresente características de poema, a literatura de cordel carrega marcas típicas da narrativa. Observe:
“E disse logo: ─ Pois não.
Estavas a me chamar?”
Nos versos destacados acima podemos identificar
a) a fala do personagem e a do narrador, que está introduzida pelo travessão.
b) a fala do narrador e a do personagem, que está introduzida pelo travessão.
c) a fala do personagem.
d) a fala do narrador.
7. Leia com atenção os grupos de versos abaixo e observe que as partes do texto relacionam-se entre si:
TRECHO 01:
“Dona Morte, eu te rogo,
Venha acabar, venha logo,
Com meu grande sofrimento!”
TRECHO 02:
“Aí, ela apareceu,
Com sua foice na mão.
Aproximou-se do velho
E disse logo: – Pois não.”
Entre os dois trechos indicados se estabelece uma relação de
a) fato e opinião.
b) ficção e realidade.
c) hipótese e condição.
d) causa e consequência.
Leia um trecho da letra de Marvin, do grupo Titãs, e responda às próximas 3 (três) questões.
“Meu pai não tinha educação
Ainda me lembro
Era um grande coração
Ganhava a vida
Com muito suor
E mesmo assim
Não podia ser pior
Pouco dinheiro
Pra poder pagar
Todas as contas
E despesas do lar…”
8. A estrofe destacada acima corresponde
a) à situação inicial da narrativa.
b) ao conflito gerador da narrativa.
c) ao clímax da narrativa.
d) ao desfecho da narrativa.
9. Pelo trecho da poesia, percebe-se que o poema é narrado
a) em 3ª pessoa, marcando a imparcialidade do eu poético.
b) em 3ª pessoa, marcando o envolvimento do eu poético.
c) em 1ª pessoa, marcando a imparcialidade do eu poético.
d) em 1ª pessoa, marcando o envolvimento do eu poético.
10. Em um trecho desse poema, lê-se:
“Eu queria jogar
Mas perdi a aposta”
O conectivo destacado estabelece entre os versos uma relação de
a) condição.
b) oposição.
c) explicação.
d) conclusão.
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Por Maurício Araújo
Especialista em Língua Portuguesa, em Marketing e Mídias Digitais e em Gramática de Revisão Textual.
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